domingo, 26 de janeiro de 2014
A PLEBE RUDE
No começo da colonização no Brail a escravidão foi o grande alicerce da colonia portuguesa, desde o inicio os portugueses utilizaram negros africanos e indios como força de trabalho , segundo Arno Wehling: “As bandeiras dado seu grande numero e a diversidade de seus objetivos e resultados, foram objetos de várias classificações. A mais funcional as organiza em ciclos da caça ao índio, do combate as tribos e quilombos e do ouro.
O primeiro foi iniciado no século XVI, mas teve seu apogeu na primeira metade do século seguinte, atacando em primeiro lugar as tribos próximas ao planalto paulista, bandeirantes como Manuel e Sebastião Preto, Nicolau Barreto, André Fernandes, Antônio Rapouso Tavares e muitos outros apresaram essas populações, tomando-as como escravos, vendidos inclusive no Rio de Janeiro ”.
Segundo Arno Wehling, devido ao auto custo da mão de obra negra em algumas regiões mais carentes da colônia foi comum a utilização de indios como mão de obra escrava, segundo o mesmo autor algumas cidades e vilas enviavam pedidos ao governo metropolitano pedindo autorização para prear indios .
De acordo com Raymundo Campos “Ocorreram grandes conflitos entre colonos e os jesuitas em São Paulo a partir de 1680, nesse ano uma lei entregou os indios da capitania que deveriam ser cristianizados, aos cuidados dos jesuitas. A nova lei prejudicava os paulistas, que extremamente pobres não possuíam recursos para importar escravos africanos e faziam da caça e escravização dos índios uma das bases da sua economia ”. Mas nem só de luta armada foi a história dos indigenas eles reagiram de várias formas, desde o alcoolismo, homicidios e fugas, isso foi um efeito colateral contra o escravismo colonial. Tudo isso poderia comprometer a organização da economia colonial e assim comprometeria os interesses da metrópole voltada para a acumulação de capital.
Quando se comprava o negro na África, isso era feito de diversas formas: troca por armas de fogo compra ou permuta , os negros eram adquiridos com uma simples promessa de proteção ou em algumas vezes eram ofertados como presentes, a maioria deles era obtida por meio de captura.
Para trazer os negros era utilizado o navio negreiro:
“Os navios negreiros que transportavam os africanos até o Brasil eram chamados de Tumbeiros, porque grande parte dos negros, amontoados nos porões morria durantte a viagem. O banzo (melancolia), causado pela saudade de sua terra e sua gente, era outra causa que os levava a morte, os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Os escravos africanos eram de forma geral, bastante exploados e maltratados e em média não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinatos do senhor e do feitor, até mesmo os suicidios ”.
O drama destas travessias é do conhecimento de todos nós, mesmo com um elevado número de mortes esta atividade se mostrava altamente rentável, pois o negro quando saia da África não custava quase nada, e ao chegar aos portos brasileiros se obtinha uma boa remuneração, aqui eles eral levados aos mercados onde ficavam amontoados e eram vendidos aos seus futuros senhores.
É esta a trajetória do tráfico transatlântico no Brasil desde seu surgimento até sua proibição em 1850 . Os negros eram transportados da maneira mais cruel possivel nos porões imundos, muitas vezes sem o sol e sem água doentes, mal alimentados, sujos e sem roupas, muitos morriam durante a penosa viagem. Eram desembarcados no Brasil e conduzidos aos mercados onde eram vendidos, geralmente adquiridos pelos senhores da lavoura pretavam-se a toda espécie de trabalho e moravam nas infames senzalas, alguns senhores tratavam seus escravos com brandura e humanidade, outros, porém os tratavam da maneira mais cruel possível e sem piedade alguma.
No inicio os negros cativos não tinham direito social ou politico e não constituiam familia, o negro era equiparado a um animal irracional, estava submetido ao regime da mercadoria, considerado um produto comercial. Quando falamos do escravo nos vem à mente o trabalho forçado (braçal), isto historicamente comprovado, é a destinação normal que se tem dos escravos, pode parecer absurdo, mas o escravo era inimigo do trabalho, pois quando ele trabalhava era sempre de má vontade, as tarefas que lhe eram impostas eram realizadas sempre de maneiras mal feitas. O escravo só trabalhou sob o ferrão impiedoso do seu feitor.
Este reflexo de não aceitar a sua condição e por isso lutar por uma condição mais digna é um ato da própria natureza humana, os castigos corporais eram comuns e eram permitidos por lei e com permissão da igreja católica, o castigo era realizado por etapas; o escravo era açoitado e o feitor lhe fazia cortes na carne com uma faca ou navalha, ele passava sal ou sumo de limão e urina e o deixava alguns dias acorrentado, a criatividade para o castigo era incrivel, eram realizados o retalhamento das nádegas, um chicote de tripas de couro, a palmatória, e o mais conhecido de todos que foi o pelourinho .
A cana de açucar na colônia brasileira exigia uma mão de obra permanente, a utilização de mão de obra assalariada era impossivel, pois os portugueses vinham para o Brasil não para trabalhar, mas sim para enriquecer por aqui, de preferencia sem fazer força. O trabalho do escravo se manifestou sob o ressentimento do trabalho não retribuido, de trabalho não pago, o escravo representa a soma pela qual foi comprado ou ainda pela qual poderá ser vendido. O escravo representa um investimento de determinada soma em dinheiro, podendo ainda desempenhar a função do capital-dinheiro, podendo ser emprestado a juros, no Brasil coisa comum era o negro ser alugado e o seu senhor vivia da sua força de trabalho. No começo do século XIX havia três espécies de classificação para a população escrava mesmo não sendo leis se classificava o escravo da seguinte forma:
Primeira: a de cor
Segunda: a nacionalidade
Terceira: a condição legal
A cor era negra ou parda, quanto a nacionalidade era africano ou crioulo, se nascido no Brasil, quanto a condição legal era liberto ou ingênuo se nascido livre, havia dois caminhos para se conseguir a alforria, ela poderia ser comprada ou concedida para se entender os diferentes caminhos para se conseguir a alforria, ela poderia ser comprada ou concedida para se entender os diferentes caminhos para a alforria é preciso distinguir as diferentes subdivisões na escravidão. Existiam os negros de ganho que eram os escravos que trabalhavam fora de casa, vendendo comidas, doces, ou ttrabalhos de carpintaria, barbearia, etc., a segunda categoria foi constituida por escravos domésticos, trabalhava-se diariamente para o senhor e portanto não tinham acesso ao dinheiro, por tanto sua alforria dependia exclusivamente da sua relação de amizade com o senhor, a alforria beneficiou certas categorias de escravos, em primeiro lugar e em grandes proporções estavam as mulheres, há ai uma disparidade porque a proporção dos sexos na população escrava pendia fortemente para os homens.
O escravo não participava da vida civil, pois estava privado de toda capacidade, era considerada rês, simultaneamente coisa e pessoa por isso não tinha direitos civis muito menos politicos, não podendo atuar em atos como testemunhar em juizo, testar, contrair ou exercer tutela, ele era civilmente incapaz, não constituia de direito familia mas apenas uniões de fato. Embora fossem reconhecidos os casamentos de escravos, eram minimos seus direitos civis , muitos senhores deixavam seus escravos constituirem familia, pois assim eles acreditavam que os mesmos não fugiriam, pois estavam ligados onde viviam por laços de parentescos.
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