terça-feira, 24 de dezembro de 2013
domingo, 15 de dezembro de 2013
POR DENTRO DAS RELIGIÕES
Anglicanismo
Originada nas províncias inglesas de York e Cantebury, o Arcebispo de Cantebury possui o Primado da Inglaterra. Quanto à organização, trata-se de um sistema hierarquizado, em que os bispos são responsáveis pelas dioceses e as paróquias são administradas por pastores. O Arcebispo de Cantebury é a autoridade máxima em relação às igrejas, embora estas sejam independentes entre si. Os anglicanos utilizam o Livro do Orador Comum (livro doutrinário, dividido em 39 artigos) e o Livro Alternativo de Serviço como orientadores espirituais. Esta religião recebe influências do catolicismo, ainda que as tendências predominantes sejam protestantes. A origem do Anglicanismo é remontada ao ano de 1534, em que houve a ruptura de Henrique VIII em relação ao Papa e a Roma. Henrique VIII, desta forma, assumiu a máxima autoridade religiosa anglicana, assim como os reis ingleses que o sucederam.
Bahaismo
O Bahaismo consiste numa religião de origem persa, cujas diretrizes doutrinais baseiam-se em crença de caráter monoteísta. Apesar do caráter monoteísta, o bahaismo prega a unificação de todas as crenças, às quais deveriam se dirigir a um único deus. Os códigos sagrados bahaistas, o Kitab al-Aqdas, "O Livro Sagrado", e o Ketab e Igqan, o "Livro da Certeza", formam as bases doutrinais desta crença, pregando como valores obrigatórios para seus seguidores as orações diárias, a monogamia, a abstinência de drogas e álcool, além da prática do jejum durante 19 dias do ano. Aliás, o sistema de calendário bahaista convenciona a contagem de 19 meses para cada ano, sendo que cada mês possui 19 dias. De acordo com o calendário internacional, as principais datas religiosas bahaistas ocorrem nos dias 21 de março (Ano Novo) , assim como em 21 e 29 de abril (declaração da missão de Baha'ullah). Em seus códigos sagrados, não há referências a nenhum episódio apocalíptico, pois nesta religião não se acredita em intervenções divinas de modo direto, de uma maneira geral. O destino cabe sobretudo ao homem, que é responsável por suas ações, embora seja admitida a idéia da inevitabilidade das mudanças na ordem do mundo. A igualdade entre os sexos também é tema pregado nos livros sagrados bahaistas. A religião bahaista teve Mirza Hosein Ali (1817-1892) como fundador. Este é conhecido como o próprio Baha'ullah, palavras cujos significados remetem à idéia de "a glória de Deus". A religião de Baha'ullah não apresenta organização clerical formal, assim como nenhum sacramento. Apesar disto, os acontecimentos marcantes na vida dos seguidores, como os casamentos, funerais e batismos, possuem seus cultos cerimoniais. Há locais para os cultos, como os templos e santuários. Em cada continente do mundo há pelo menos um foco de concentração dos seguidores do Bahaismo.
Budismo
O Budismo originou-se nos fins do Período Bramânico na Índia, que se estendeu aproximadamente entre os séculos IX e III antes de Cristo. Tal período pode ser subdividido entre um período bramânico ortodoxo (período de predominação dos Bramanas), um período bramânico desviante (do qual originaram-se as Upanisadas) e período das heterodoxias. Este último dá lugar à origem do jainismo e do budismo. De uma maneira geral, o budismo prega um caminho de libertação e salvação mais individualizado. No decorrer de sua existência, a crença budista subdividiu-se em duas correntes: o Budismo Theravada, mais próximo da origem dos ensinamentos budistas (prega um único caminho para a redenção: esforço e disciplina), e o Budismo Mahayana (predominante, por exemplo, em países como o Butão, país sob regime monárquico constitucional, e na Coréia do Sul), do qual geraram-se doutrinas como a Bodhisattva e o Zen-Budismo, esta última possuindo foco de concentração no Japão (embora neste último país predomine a religião xintoísta). O Budismo, de modo geral, é organizado sob um sistema monástico. O principal livro sagrado budista consiste no Tripitaka, livro compartimentado em três conjuntos de textos que compreendem os ensinamentos originais de Buda, além do conjunto de regras para a vida monástica e ensinamentos de filosofia. A corrente do Budismo Mahayana ainda reconhece como códigos sagrados os Prajnaparamita Sutras (guia de sabedoria), o Lankavatara (revelações em Lanka) e o Saddharmapundarika (leis). A crença budista toma a reencarnação como verdade. O sistema budista de crença é baseado em quatro princípios ou verdades fundamentais: o sofrimento sempre se faz presente na vida; o desejo é a causa crucial do sofrimento; a aniquilação do desejo leva à aniquilação do próprio sofrimento; a libertação individual é atingida através do Nirvana. O Nirvana contraria-se à idéia do Samsara (o ciclo de nascimento, existência, morte e renascimento). Para os budistas, o caminho da libertação e atingido a partir do momento em que o ciclo do Samsara é quebrado. O rompimento do ciclo da vida é justamente o Nirvana, o qual pode ser alcançado através de passos: a compreensão correta, o pensamento correto, o discurso correto, a ação correta, a vivência correta, o esforço correto, a consciência correta, a concentração correta. Todos estes passos são perseguidos através da auto-disciplina e da meditação, além de exercícios espirituais. O Budismo foi fundado na Índia em aproximadamente 528 a.C. pelo príncipe Sidarta Gotama, o Buda (o Iluminado, cuja existência se estendeu aproximadamente de 563 a 483 a.C.), Hoje em dia, a maior concentração de seguidores budistas localiza-se na região do leste asiático). A Índia atual, na verdade, possui grande maioria hinduísta (pouco mais de 80% de sua população total).
Confucionismo
Há duas correntes confucionistas: uma delas associa-se a Confúcio e Xunzi, tendo preceitos como a obediência aos códigos tradicionais de comportamento para os interesses pessoais próprios de cada indivíduo; outra corrente associa-se a Mêncius e seus preceitos são baseados no dever da conduta humana ser estabelecida de acordo com a própria natureza moral individual. O Confucionismo não possui uma organização clerical formalizada e não há igrejas. Ainda no Confucionismo, não há a adoração de divindades, assim como não há ensinamentos sobre a vida após a morte. As idéias confucionistas são baseadas em três obras: os Anacletos, a fonte dos ensinamentos de Confúcio; o I Ching, o livro das alterações do destino; o Mengzi, livro de Mêncius, o segundo sábio do Confucionismo. O país onde o Confucionismo conquistou mais adesões, ao lado do Budismo e do Taoísmo, é a China. O Confucionismo, não se referindo a divindades e mantendo-se distante de teoria de vida após a morte, acaba constituindo mais predominantemente um sistema filosófico, não possuindo quase nenhuma das características marcantes em todas as religiões. A origem do Confucionismo é remontada ao século VI antes de Cristo, tendo sido fundada por Kongzi (o próprio Confúcio - por volta de 551 a 479 a.C.).
Cristianismo
Muitas doutrinas cristãs diferenciadas entre si surgiram desde as primitivas comunidades cristãs. A origem destas comunidades se deu em plena expansão do Império Romano. Como o Imperador romano era a também a figura religiosa máxima do Império, quaisquer seitas eram prejudiciais ao seu poder absoluto. Desta forma, as comunidades cristãs deste período foram perseguidas. No entanto, mais tarde, o Império Romano adotaria as crenças cristãs como sua religião oficial, ocorrendo assim a fundação da Igreja de Roma. A partir desta, originaram-se as diversas doutrinas cristãs. Com a excomunhão do Patriarca de Constantinopla pelo Papa, em 1054, gerou-se um cisma e, como conseqüência, a fundação de uma outra doutrina, a Igreja Ortodoxa, cuja concentração de fiéis localiza-se mais ao leste europeu e porções centrais ao longo do continente asiático. Por outro lado, séculos mais tarde, a Reforma, desencadeada por Martinho Lutero, foi um movimento de contestação aos preceitos religiosos e à própria organização clerical católica. Assim, surgiram diversas doutrinas, sob a ordem do protestantismo. Ao longo dos tempos, foram várias as religiões originadas a partir desta ramificação (Igreja Luterana, Igreja Metodista, Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana etc.). O marco fundamental da origem do cristianismo refere-se ao nascimento de Jesus Cristo. Uma série de feitos miraculosos são vinculados à figura de Jesus. Neste período, a disseminação da religião pelas camadas mais populares se deveu à dedicação nas pregações realizadas pelos doze apóstolos de Cristo (André, Bartolomeu, Felipe, Jaime, Jaime filho de Alfeu, João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus, Pedro, Tadeu e Tomás). Mas a grande expansão cristã deu-se, séculos mais tarde, com a própria expansão colonial dos povos cristãos europeus colonizadores, que levaram a fé cristã para além-mar, no período das Cruzadas. No Brasil, a fé cristã foi trazida inicialmente pelos primeiros catequizadores da Companhia de Jesus. O calendário internacional toma o nascimento de Jesus Cristo como marco referencial para a contagem dos anos. As datas cristãs comemoradas são o Natal (nascimento de Jesus Cristo), o Dia de Reis, a Quaresma e a Páscoa. A Ascensão e os Pentecostes também constituem datas comemorativas, embora sejam mais difundidas apenas entre os seguidores de algumas das doutrinas originadas do Cristianismo. A Bíblia Sagrada, constituindo a obra central para o Cristianismo como um todo, encerra as idéias fundamentais da crença. O Cristianismo baseia-se na crença monoteísta, ao contrário das crenças contemporâneas à sua origem. Segundo a religião, Deus é o criador de todas as coisas no Universo, tendo criado o mundo em sete dias (Gênese). As religiões cristãs preconizam o amor a Deus e ao próximo, conforme os ensinamentos de Jesus. Acredita-se na ressurreição de Cristo, e é estabelecido o conceito da Santa Trindade, em que Deus é pai, Jesus Cristo o filho, e o Espírito Santo a presença contínua de Deus na Terra.
Hinduísmo
Tendo sua origem remontada ao ano de 1500 a . C., a religião hinduísta foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia. Os textos védicos antigos descreviam um universo cercado de água. No período dos arianos, ou árias (homens), a explicação de suas divisões sociais era encontrada nos Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés os servos (não-árias, ou "não-homens"). O mundo, conforme a concepção desta época foi formado a partir da organização, por força divina, de um caos preexistente. No sistema religioso hinduísta atual há uma série de ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos deuses e muitas seitas de diversas características. O Hinduísmo tem sua ênfase no que seria o modo correto do viver (dharma). Os cultos hinduístas são realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos. A cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra "Om", representa a vibração original, uma vibração que transcende o início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à imagem da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, dizeres e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e o Bhagavadgita. O Hinduísmo é a religião atualmente predominante na Índia (pouco mais de 80% da população).
Jainismo
Em sua origem, o Jainismo constituiu, ao lado do Budismo, uma vertente surgida no período das heterodoxias decorrentes da tradição bramânica na Índia. No decorrer de sua existência, a religião separou-se em duas vertentes: a Svetambara, que segue os cânones das escrituras que contêm os sermões e diálogos de Mahavira; e o Digambara, que acredita que os ensinamentos originais foram perdidos, mas a mensagem original é preservada. Os textos sagrados do Jainismo são: os Culika-sutras, que se dirigem à natureza da mente e do conhecimento; os Chedra-sutras, que contêm as regras do ascetismo para os monges jainistas; o Ágama, texto especificamente seguido pela vertente Svetambara, considerando este texto como uma coleção de diálogos do próprio Mahavira. O sistema monástico regido por regras de ascetismo caracteriza a organização jainista. Além do ascetismo, outras regras devem ser seguidas: devoção à "tarefa" por toda a existência, abstenção total de posses pessoais, celibato e recusa do ato sexual, nunca prejudicar quaisquer seres vivos, nunca mentir e nunca roubar. A origem do Jainismo é remontada à Índia do século VI a. C., cuja fundação foi desencadeada por Vardhamana Mahavira.
Judaísmo
Anglicanismo
Originada nas províncias inglesas de York e Cantebury, o Arcebispo de Cantebury possui o Primado da Inglaterra. Quanto à organização, trata-se de um sistema hierarquizado, em que os bispos são responsáveis pelas dioceses e as paróquias são administradas por pastores. O Arcebispo de Cantebury é a autoridade máxima em relação às igrejas, embora estas sejam independentes entre si. Os anglicanos utilizam o Livro do Orador Comum (livro doutrinário, dividido em 39 artigos) e o Livro Alternativo de Serviço como orientadores espirituais. Esta religião recebe influências do catolicismo, ainda que as tendências predominantes sejam protestantes.
A origem do Anglicanismo é remontada ao ano de 1534, em que houve a ruptura de Henrique VIII em relação ao Papa e a Roma. Henrique VIII, desta forma, assumiu a máxima autoridade religiosa anglicana, assim como os reis ingleses que o sucederam.
Bahaismo:
O Bahaismo consiste numa religião de origem persa, cujas diretrizes doutrinais baseiam-se em crença de caráter monoteísta. Apesar do caráter monoteísta, o bahaismo prega a unificação de todas as crenças, às quais deveriam se dirigir a um único deus. Os códigos sagrados bahaistas, o Kitab al-Aqdas, "O Livro Sagrado", e o Ketab e Igqan, o "Livro da Certeza", formam as bases doutrinais desta crença, pregando como valores obrigatórios para seus seguidores as orações diárias, a monogamia, a abstinência de drogas e álcool, além da prática do jejum durante 19 dias do ano. Aliás, o sistema de calendário bahaista convenciona a contagem de 19 meses para cada ano, sendo que cada mês possui 19 dias. De acordo com o calendário internacional, as principais datas religiosas bahaistas ocorrem nos dias 21 de março (Ano Novo) , assim como em 21 e 29 de abril (declaração da missão de Baha'ullah).
Em seus códigos sagrados, não há referências a nenhum episódio apocalíptico, pois nesta religião não se acredita em intervenções divinas de modo direto, de uma maneira geral. O destino cabe sobretudo ao homem, que é responsável por suas ações, embora seja admitida a idéia da inevitabilidade das mudanças na ordem do mundo. A igualdade entre os sexos também é tema pregado nos livros sagrados bahaistas.
A religião bahaista teve Mirza Hosein Ali (1817-1892) como fundador. Este é conhecido como o próprio Baha'ullah, palavras cujos significados remetem à idéia de "a glória de Deus". A religião de Baha'ullah não apresenta organização clerical formal, assim como nenhum sacramento. Apesar disto, os acontecimentos marcantes na vida dos seguidores, como os casamentos, funerais e batismos, possuem seus cultos cerimoniais. Há locais para os cultos, como os templos e santuários. Em cada continente do mundo há pelo menos um foco de concentração dos seguidores do Bahaismo.
Budismo:
O Budismo originou-se nos fins do Período Bramânico na Índia, que se estendeu aproximadamente entre os séculos IX e III antes de Cristo. Tal período pode ser subdividido entre um período bramânico ortodoxo (período de predominação dos Bramanas), um período bramânico desviante (do qual originaram-se as Upanisadas) e período das heterodoxias. Este último dá lugar à origem do jainismo e do budismo. De uma maneira geral, o budismo prega um caminho de libertação e salvação mais individualizado.
No decorrer de sua existência, a crença budista subdividiu-se em duas correntes: o Budismo Theravada, mais próximo da origem dos ensinamentos budistas (prega um único caminho para a redenção: esforço e disciplina), e o Budismo Mahayana (predominante, por exemplo, em países como o Butão, país sob regime monárquico constitucional, e na Coréia do Sul), do qual geraram-se doutrinas como a Bodhisattva e o Zen-Budismo, esta última possuindo foco de concentração no Japão (embora neste último país predomine a religião xintoísta). O Budismo, de modo geral, é organizado sob um sistema monástico.
O principal livro sagrado budista consiste no Tripitaka, livro compartimentado em três conjuntos de textos que compreendem os ensinamentos originais de Buda, além do conjunto de regras para a vida monástica e ensinamentos de filosofia. A corrente do Budismo Mahayana ainda reconhece como códigos sagrados os Prajnaparamita Sutras (guia de sabedoria), o Lankavatara (revelações em Lanka) e o Saddharmapundarika (leis). A crença budista toma a reencarnação como verdade. O sistema budista de crença é baseado em quatro princípios ou verdades fundamentais: o sofrimento sempre se faz presente na vida; o desejo é a causa crucial do sofrimento; a aniquilação do desejo leva à aniquilação do próprio sofrimento; a libertação individual é atingida através do Nirvana. O Nirvana contraria-se à idéia do Samsara (o ciclo de nascimento, existência, morte e renascimento). Para os budistas, o caminho da libertação e atingido a partir do momento em que o ciclo do Samsara é quebrado. O rompimento do ciclo da vida é justamente o Nirvana, o qual pode ser alcançado através de passos: a compreensão correta, o pensamento correto, o discurso correto, a ação correta, a vivência correta, o esforço correto, a consciência correta, a concentração correta. Todos estes passos são perseguidos através da auto-disciplina e da meditação, além de exercícios espirituais.
O Budismo foi fundado na Índia em aproximadamente 528 a.C. pelo príncipe Sidarta Gotama, o Buda (o Iluminado, cuja existência se estendeu aproximadamente de 563 a 483 a.C.), Hoje em dia, a maior concentração de seguidores budistas localiza-se na região do leste asiático). A Índia atual, na verdade, possui grande maioria hinduísta (pouco mais de 80% de sua população total).
Confucionismo:
Há duas correntes confucionistas: uma delas associa-se a Confúcio e Xunzi, tendo preceitos como a obediência aos códigos tradicionais de comportamento para os interesses pessoais próprios de cada indivíduo; outra corrente associa-se a Mêncius e seus preceitos são baseados no dever da conduta humana ser estabelecida de acordo com a própria natureza moral individual. O Confucionismo não possui uma organização clerical formalizada e não há igrejas. Ainda no Confucionismo, não há a adoração de divindades, assim como não há ensinamentos sobre a vida após a morte. As idéias confucionistas são baseadas em três obras: os Anacletos, a fonte dos ensinamentos de Confúcio; o I Ching, o livro das alterações do destino; o Mengzi, livro de Mêncius, o segundo sábio do Confucionismo. O país onde o Confucionismo conquistou mais adesões, ao lado do Budismo e do Taoísmo, é a China.
O Confucionismo, não se referindo a divindades e mantendo-se distante de teoria de vida após a morte, acaba constituindo mais predominantemente um sistema filosófico, não possuindo quase nenhuma das características marcantes em todas as religiões. A origem do Confucionismo é remontada ao século VI antes de Cristo, tendo sido fundada por Kongzi (o próprio Confúcio - por volta de 551 a 479 a.C.).
Cristianismo
Muitas doutrinas cristãs diferenciadas entre si surgiram desde as primitivas comunidades cristãs. A origem destas comunidades se deu em plena expansão do Império Romano. Como o Imperador romano era a também a figura religiosa máxima do Império, quaisquer seitas eram prejudiciais ao seu poder absoluto. Desta forma, as comunidades cristãs deste período foram perseguidas. No entanto, mais tarde, o Império Romano adotaria as crenças cristãs como sua religião oficial, ocorrendo assim a fundação da Igreja de Roma. A partir desta, originaram-se as diversas doutrinas cristãs.
Com a excomunhão do Patriarca de Constantinopla pelo Papa, em 1054, gerou-se um cisma e, como conseqüência, a fundação de uma outra doutrina, a Igreja Ortodoxa, cuja concentração de fiéis localiza-se mais ao leste europeu e porções centrais ao longo do continente asiático. Por outro lado, séculos mais tarde, a Reforma, desencadeada por Martinho Lutero, foi um movimento de contestação aos preceitos religiosos e à própria organização clerical católica. Assim, surgiram diversas doutrinas, sob a ordem do protestantismo. Ao longo dos tempos, foram várias as religiões originadas a partir desta ramificação (Igreja Luterana, Igreja Metodista, Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana etc.).
O marco fundamental da origem do cristianismo refere-se ao nascimento de Jesus Cristo. Uma série de feitos miraculosos são vinculados à figura de Jesus. Neste período, a disseminação da religião pelas camadas mais populares se deveu à dedicação nas pregações realizadas pelos doze apóstolos de Cristo (André, Bartolomeu, Felipe, Jaime, Jaime filho de Alfeu, João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus, Pedro, Tadeu e Tomás). Mas a grande expansão cristã deu-se, séculos mais tarde, com a própria expansão colonial dos povos cristãos europeus colonizadores, que levaram a fé cristã para além-mar, no período das Cruzadas. No Brasil, a fé cristã foi trazida inicialmente pelos primeiros catequizadores da Companhia de Jesus.
O calendário internacional toma o nascimento de Jesus Cristo como marco referencial para a contagem dos anos. As datas cristãs comemoradas são o Natal (nascimento de Jesus Cristo), o Dia de Reis, a Quaresma e a Páscoa. A Ascensão e os Pentecostes também constituem datas comemorativas, embora sejam mais difundidas apenas entre os seguidores de algumas das doutrinas originadas do Cristianismo.
A Bíblia Sagrada, constituindo a obra central para o Cristianismo como um todo, encerra as idéias fundamentais da crença. O Cristianismo baseia-se na crença monoteísta, ao contrário das crenças contemporâneas à sua origem. Segundo a religião, Deus é o criador de todas as coisas no Universo, tendo criado o mundo em sete dias (Gênese). As religiões cristãs preconizam o amor a Deus e ao próximo, conforme os ensinamentos de Jesus. Acredita-se na ressurreição de Cristo, e é estabelecido o conceito da Santa Trindade, em que Deus é pai, Jesus Cristo o filho, e o Espírito Santo a presença contínua de Deus na Terra.
Hinduísmo
Tendo sua origem remontada ao ano de 1500 a . C., a religião hinduísta foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia. Os textos védicos antigos descreviam um universo cercado de água. No período dos arianos, ou árias (homens), a explicação de suas divisões sociais era encontrada nos Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés os servos (não-árias, ou "não-homens"). O mundo, conforme a concepção desta época, foi formado a partir da organização, por força divina, de um caos preexistente.
No sistema religioso hinduísta atual há uma série de ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos deuses e muitas seitas de diversas características. O Hinduísmo tem sua ênfase no que seria o modo correto do viver (dharma). Os cultos hinduístas são realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos. A cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra "Om", representa a vibração original, uma vibração que transcende o início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à imagem da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, dizeres e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e o Bhagavadgita.
O Hinduísmo é a religião atualmente predominante na Índia (pouco mais de 80% da população).
Jainismo
Em sua origem, o Jainismo constituiu, ao lado do Budismo, uma vertente surgida no período das heterodoxias decorrentes da tradição bramânica na Índia. No decorrer de sua existência, a religião separou-se em duas vertentes: a Svetambara, que segue os cânones das escrituras que contêm os sermões e diálogos de Mahavira; e o Digambara, que acredita que os ensinamentos originais foram perdidos, mas a mensagem original é preservada. Os textos sagrados do Jainismo são: os Culika-sutras, que se dirigem à natureza da mente e do conhecimento; os Chedra-sutras, que contêm as regras do ascetismo para os monges jainistas; o Ágama, texto especificamente seguido pela vertente Svetambara, considerando este texto como uma coleção de diálogos do próprio Mahavira. O sistema monástico regido por regras de ascetismo caracteriza a organização jainista. Além do ascetismo, outras regras devem ser seguidas: devoção à "tarefa" por toda a existência, abstenção total de posses pessoais, celibato e recusa do ato sexual, nunca prejudicar quaisquer seres vivos, nunca mentir e nunca roubar.
A origem do Jainismo é remontada à Índia do século VI a. C., cuja fundação foi desencadeada por Vardhamana Mahavira.
Judaísmo
O Judaísmo tem origem remontada ao ano de 2000 a. C, aproximadamente. Os nomes vinculados a sua fundação pelos judeus são Abraão e Moisés. Os cultos são realizados nas sinagogas, ainda sendo estas utilizadas como espaços dedicados à educação e aos assuntos coletivos. Em termos de organização clerical, há a divisão em congregações, que escolhem individualmente seus rabinos. Os textos sagrados judaicos são: a Bíblia dos hebreus, que inclui o Torá (o Pentateuco, os cinco primeiros livros bíblicos: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio), os Profetas e outros livros; o Talmude, formado pelo conjunto de ensinamentos do Judaísmo, além de tratar-se de um guia de leis religiosas e civis.
No judaísmo houve o surgimento de várias vertentes, como a Ortodoxa, a Conservadora e a Reformista. A Conservadora, apesar de tomar como sagradas as tradições judaicas, encerra uma ideologia que permite novas interpretações dos textos sagrados. Os seguidores da vertente Reformista submetem as tradições judaicas à reavaliações, de geração a geração.
Os judaicos acreditam que um Messias surgirá em busca da redenção da espécie humana. A fé judaica concentra-se em um único Deus, que haveria criado o homem à sua própria imagem e semelhança. Abraão, considerado o pai do povo judeu, estabeleceu um pacto com Deus. Moisés é considerado pelos judeus como um profeta superior a todos os demais, tratando-se ainda de um símbolo de libertação e independência pátria.
Mórmons
A idéia da vida como um estágio de aprendizado para a eternidade e da alma individual preexistente ao nascimento são pontos fundamentais no sistema de crenças dos Mórmons. Os Mórmons praticam o batismo póstumo e acreditam na eternidade das famílias seladas no templo. A Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias adota a Bíblia como texto sagrado fundamental, sendo considerada a fonte direta da palavra de Deus. A obra A Pérola do Grande Preço constitui os escritos de Joseph Smith especificamente dirigidos para esta religião; O Livro de Mórmon contém a história dos seres pioneiros no Ocidente; a Doutrina e Convênios tratam-se do conjunto das revelações transmitidas diretamente por Deus a Joseph Smith.
Esta religião tem origem remontada ao ano de 1830, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, tendo sido fundada pelo pastor citado acima, Joseph Smith (1805-1844).
Rastafarianismo
Na verdade, o Rastafarianismo é baseado numa mesclagem do Cristianismo com o Judaísmo . As canções, orações e a música são muito importantes e bastante peculiares no movimento como um todo. Os seguidores são agrupados em comunidades, nas quais discutem-se seus assuntos próprios. Não há organização clerical nem igrejas ou templos. O Rastafarianismo, tendo origem remontada à década de 20, teve como inspiração fundamental o movimento de “retorno à África” de Marcus Garvey, na Jamaica (movimento de resgate das raízes culturais africanas dos povos que migraram à força das contingências escravocratas).
Sikhismo
A palavra “Sikh” significa “disciplina”. Não há uma hierarquização na organização clerical da religião. Os cultos são realizados nos templos, onde hinos de louvor são cantados e orações matinais são feitas. A figura do guru significa, para os sikhistas, o guia dos seguidores para sua libertação (Moksa). Os sikhistas adotam como textos sagrados o Guru Grant Sahib e o Janam-Sakhis, ou “Histórias da Vida”, escrito 80 anos após a morte de Nanak, o fundador da religião (cuja origem é remontada à Índia do século XV).
Taoísmo
O Taoísmo possui duas vertentes de pensamento religioso. Uma destas vertentes se concentra na meditação desritualizada, seguindo feições metódicas, subsistindo de maneira mais geral como uma ordem filosófica, enquanto a vertente mais ortodoxa atribui importância fundamental aos rituais, à renovação cósmica e ao controle espiritual. O termo Tão, significando "caminho", consiste num elemento fundamental recorrente em todas as tradições filosóficas chinesas, entre elas o próprio Confucionismo.
O incenso é um elemento constante nos rituais taoístas. Um dos símbolos do Taoísmo é bastante famoso até entre os ocidentais: o Yin-Yang consiste numa representação do equilíbrio e complementaridade entre as forças naturais opostas em perfeita harmonia.
Referente à organização clerical, o Taoísmo é constituído de estrutura monástica e sacerdotal. Os textos sagrados do Tao são: o Dão De Jing (Tao te-ching: “O Caminho e seu Poder”) e os escritos de Chuang Tzu (369-286 a. C.).
A cronologia da origem das bases filosóficas taoístas ainda permanece obscura, podendo ser bastante anterior a Lao Tzu, considerado o fundador da religião, mas que na verdade foi responsável por um grande impulso à religião sobre a qual já existiam alguns conceitos primitivos.
Testemunhas de Jeová
Há nesta religião a rejeição à Santa Trindade da Igreja Católica. As Testemunhas de Jeová pregam a simplicidade como modo de vida, possuindo este sistema de crenças uma orientação anti-ecumênica . As transfusões de sangue são terminantemente proibidas, mesmo nos casos de risco de vida em que são necessárias, e os fiéis acreditam na iminência do Armagedom e que, no final da guerra apocalíptica, serão os eleitos para o governo ao lado de Cristo pela eternidade.
A origem dessa dissidência cristã é remontada ao século XIX, nos Estados Unidos, sendo iniciada por Charles Taze Russell.
Unitarismo
Esta religião prega a salvação como bem inalienável de todos os indivíduos. O conceito de inferno eterno é inexistente para os unitaristas, que realizam uma leitura literal da Bíblia. Estes pregam a fraternidade e, assim como outras religiões, reverenciam a Santa Ceia e o batismo. Jesus Cristo é tomado como humano comum e como um mestre de ensinamentos religiosos.
Desta forma, o Unitarismo realiza uma ruptura com o conceito cristão da Santa Trindade.
A origem desta religião é remontada a uma dissidência da Igreja Anglicana, tendo sido fundada em 1770.
Xintoísmo
Tendo fundação remontada ao Japão, aproximadamente no ano de 660 a.C., o Xintoísmo possui duas vertentes: o Xintoísmo Sectário (Kioto) e o Shrine Shinto (Jinga). Os textos sagrados do Xintoísmo são o Nihon Shoki (consistindo de narrativas do Japão do ano 720 d. C.) e o Kojiki, contendo registros dos anciões mestres.
Zoroastrismo
Dois princípios fundamentais regem o sistema de crenças desta religião: a existência de Deus e do Diabo e a volta do Paraíso à Terra. Os livros sagrados do Zoroastrismo são: o Avesta, o livro sagrado das orações, dos hinos, dos rituais, das instruções, da prática e da lei; o Gathas, que são hinos atribuídos a Zoroastro; o Pahlavi, que consiste na literatura zoroastrista. Ahura Mazda é a deidade suprema, criador de todas as coisas boas, enquanto Ahriman é o princípio destrutivo que rege a ganância, a fúria e as trevas; a bondade irá triunfar; os mortos ressuscitarão. A origem do Zoroastrismo é remontada ao século VI a. C., tendo sido fundada pelo profeta persa Zoroastro.
O Judaísmo tem origem remontada ao ano de 2000 a. C, aproximadamente. Os nomes vinculados a sua fundação pelos judeus são Abraão e Moisés. Os cultos são realizados nas sinagogas, ainda sendo estas utilizadas como espaços dedicados à educação e aos assuntos coletivos. Em termos de organização clerical, há a divisão em congregações, que escolhem individualmente seus rabinos. Os textos sagrados judaicos são: a Bíblia dos hebreus, que inclui o Torá (o Pentateuco, os cinco primeiros livros bíblicos: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio), os Profetas e outros livros; o Talmude, formado pelo conjunto de ensinamentos do Judaísmo, além de tratar-se de um guia de leis religiosas e civis.
No judaísmo houve o surgimento de várias vertentes, como a Ortodoxa, a Conservadora e a Reformista. A Conservadora, apesar de tomar como sagradas as tradições judaicas, encerra uma ideologia que permite novas interpretações dos textos sagrados. Os seguidores da vertente Reformista submetem as tradições judaicas à reavaliações, de geração a geração.
Os judaicos acreditam que um Messias surgirá em busca da redenção da espécie humana. A fé judaica concentra-se em um único Deus, que haveria criado o homem à sua própria imagem e semelhança. Abraão, considerado o pai do povo judeu, estabeleceu um pacto com Deus. Moisés é considerado pelos judeus como um profeta superior a todos os demais, tratando-se ainda de um símbolo de libertação e independência pátria.
Mórmons
A idéia da vida como um estágio de aprendizado para a eternidade e da alma individual preexistente ao nascimento são pontos fundamentais no sistema de crenças dos Mórmons. Os Mórmons praticam o batismo póstumo e acreditam na eternidade das famílias seladas no templo. A Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias adota a Bíblia como texto sagrado fundamental, sendo considerada a fonte direta da palavra de Deus. A obra A Pérola do Grande Preço constitui os escritos de Joseph Smith especificamente dirigidos para esta religião; O Livro de Mórmon contém a história dos seres pioneiros no Ocidente; a Doutrina e Convênios tratam-se do conjunto das revelações transmitidas diretamente por Deus a Joseph Smith.
Esta religião tem origem remontada ao ano de 1830, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, tendo sido fundada pelo pastor citado acima, Joseph Smith (1805-1844).
Rastafarianismo
Na verdade, o Rastafarianismo é baseado numa mesclagem do Cristianismo com o Judaísmo . As canções, orações e a música são muito importantes e bastante peculiares no movimento como um todo. Os seguidores são agrupados em comunidades, nas quais discutem-se seus assuntos próprios. Não há organização clerical nem igrejas ou templos. O Rastafarianismo, tendo origem remontada à década de 20, teve como inspiração fundamental o movimento de “retorno à África” de Marcus Garvey, na Jamaica (movimento de resgate das raízes culturais africanas dos povos que migraram à força das contingências escravocratas).
Sikhismo
A palavra “Sikh” significa “disciplina”. Não há uma hierarquização na organização clerical da religião. Os cultos são realizados nos templos, onde hinos de louvor são cantados e orações matinais são feitas. A figura do guru significa, para os sikhistas, o guia dos seguidores para sua libertação (Moksa). Os sikhistas adotam como textos sagrados o Guru Grant Sahib e o Janam-Sakhis, ou “Histórias da Vida”, escrito 80 anos após a morte de Nanak, o fundador da religião (cuja origem é remontada à Índia do século XV).
Taoísmo
O Taoísmo possui duas vertentes de pensamento religioso. Uma destas vertentes se concentra na meditação desritualizada, seguindo feições metódicas, subsistindo de maneira mais geral como uma ordem filosófica, enquanto a vertente mais ortodoxa atribui importância fundamental aos rituais, à renovação cósmica e ao controle espiritual. O termo Tão, significando "caminho", consiste num elemento fundamental recorrente em todas as tradições filosóficas chinesas, entre elas o próprio Confucionismo.
O incenso é um elemento constante nos rituais taoístas. Um dos símbolos do Taoísmo é bastante famoso até entre os ocidentais: o Yin-Yang consiste numa representação do equilíbrio e complementaridade entre as forças naturais opostas em perfeita harmonia.
Referente à organização clerical, o Taoísmo é constituído de estrutura monástica e sacerdotal. Os textos sagrados do Tao são: o Dão De Jing (Tao te-ching: “O Caminho e seu Poder”) e os escritos de Chuang Tzu (369-286 a. C.).
A cronologia da origem das bases filosóficas taoístas ainda permanece obscura, podendo ser bastante anterior a Lao Tzu, considerado o fundador da religião, mas que na verdade foi responsável por um grande impulso à religião sobre a qual já existiam alguns conceitos primitivos.
Testemunhas de Jeová
Há nesta religião a rejeição à Santa Trindade da Igreja Católica. As Testemunhas de Jeová pregam a simplicidade como modo de vida, possuindo este sistema de crenças uma orientação anti-ecumênica . As transfusões de sangue são terminantemente proibidas, mesmo nos casos de risco de vida em que são necessárias, e os fiéis acreditam na iminência do Armagedom e que, no final da guerra apocalíptica, serão os eleitos para o governo ao lado de Cristo pela eternidade.
A origem dessa dissidência cristã é remontada ao século XIX, nos Estados Unidos, sendo iniciada por Charles Taze Russell.
Unitarismo
Esta religião prega a salvação como bem inalienável de todos os indivíduos. O conceito de inferno eterno é inexistente para os unitaristas, que realizam uma leitura literal da Bíblia. Estes pregam a fraternidade e, assim como outras religiões, reverenciam a Santa Ceia e o batismo. Jesus Cristo é tomado como humano comum e como um mestre de ensinamentos religiosos.
Desta forma, o Unitarismo realiza uma ruptura com o conceito cristão da Santa Trindade.
A origem desta religião é remontada a uma dissidência da Igreja Anglicana, tendo sido fundada em 1770.
Xintoísmo
Tendo fundação remontada ao Japão, aproximadamente no ano de 660 a.C., o Xintoísmo possui duas vertentes: o Xintoísmo Sectário (Kioto) e o Shrine Shinto (Jinga). Os textos sagrados do Xintoísmo são o Nihon Shoki (consistindo de narrativas do Japão do ano 720 d. C.) e o Kojiki, contendo registros dos anciões mestres.
Zoroastrismo
Dois princípios fundamentais regem o sistema de crenças desta religião: a existência de Deus e do Diabo e a volta do Paraíso à Terra. Os livros sagrados do Zoroastrismo são: o Avesta, o livro sagrado das orações, dos hinos, dos rituais, das instruções, da prática e da lei; o Gathas, que são hinos atribuídos a Zoroastro; o Pahlavi, que consiste na literatura zoroastrista. Ahura Mazda é a deidade suprema, criador de todas as coisas boas, enquanto Ahriman é o princípio destrutivo que rege a ganância, a fúria e as trevas; a bondade irá triunfar; os mortos ressuscitarão. A origem do Zoroastrismo é remontada ao século VI a. C., tendo sido fundada pelo profeta persa Zoroastro.
ÁFRICA DE ONTEM, ÁFRICA DE HOJE
A transição do regime do Apartheid a um regime democrático na África do Sul não foi
dos mais pacíficos, mas pode ser considerado como um grande momento político. O
governo democrático que assumiu o poder em 1994 teve que lidar com uma situação
bastante complexa. Se por um lado herdou a mais desenvolvida das economias africanas,
com uma moderna infraestrutura, por outro, herdou também grandes problemas
socioeconômicos, incluindo um alto nível de desemprego, índices alarmantes de pobreza,
alta concentração de renda, além de intensa violência.
A África do Sul viveu uma relação peculiar entre poder, terra e trabalho. O poder
colonial no país se deu basicamente de três maneiras. Primeiramente, criou estruturas
políticas e econômicas que permitiram a superioridade dos colonizadores em relação às
populações nativas. Em segundo lugar, os colonizadores restringiram o acesso desses
grupos à terra, à água e ao gado. Por fim, os diversos grupos nativos e, posteriormente,
também estrangeiros, foram transformados em força de trabalho. Esses fatores regeram o
colonialismo na África do Sul da metade do século XVII até o fim do século XX. Assim, o
poder político, econômico e militar da minoria branca determinou o destino da sociedade sul africana
por quase 350 anos.
A economia sul-africana foi sustentada pela escravidão e servidão por 250 anos e
pela discriminação e exploração por outros 100 anos. Os colonizadores holandeses
instituíram um sistema mercantil entre os séculos XVII e XVIII, e os britânicos o sistema
capitalista no século XIX. O novo sistema introduzido pelos britânicos destruiu as bases do
sistema mercantil e os tradicionais padrões dos colonizadores boers. Com a descoberta de
ouro (1866) e de diamantes (1867), o colonialismo britânico passou a ser mais agressivo e
abrangente.
A dominação britânica foi sucedida por uma espécie de “colonialismo interno” com o
controle político dos afrikaners, que criou um sistema de opressão institucionalizada contra a
maioria negra e, em menor medida, mestiça e asiática, que foi tolerada pelo Ocidente
durante a Guerra Fria. Dezesseis anos após a transição democrática na África do Sul, o
mais importante desafio ainda é o aprimoramento do frágil sistema democrático sul-africano
para que governo e sociedade possam agir de maneira efetiva contra os resquícios do
Apartheid.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
SITUAÇÃO POLITICA NO II REINADO
O Brasil foi um dos países onde a prática da escravidão foi longa e sua abolição um processo de lutas e conquistas graduais. A formação da corrente abolicionista atraiu parte da elite da época que se reunia nos cafés e era influenciada pelas opiniões que chegavam da Europa, mas, além desses, uma parcela do povo menos letrado e sem oportunidade de acesso a escola acabou sendo ganha pelas críticas ao Imperador e ao regime vigente, isso foi possível através das charges que eram publicadas nas revistas que circularam no país no século XIX. As charges permitiam que os menos abastados tivessem contato com a opinião dos letrados e fossem se inserindo na luta pela abolição, onde cumpriram o papel de chegar a um público mais largo do que o que tinha acesso a escola tradicional. Logo, nosso trabalho estuda as charges publicadas na imprensa brasileira que circulava no Segundo Reinado do Império do Brasil (1840-1889). Essa fonte encontra-se arquivada no Senado Federal Brasileiro e, ao debruçarmos sobre os seus enunciados, pretendemos desenvolver uma narrativa a partir na perspectiva da civilização e educação. Buscamos, portanto, responder a seguinte pergunta: como as charges deram acesso ao ideário abolicionista a parcelas menos letradas ou não letradas da sociedade brasileira no Segundo Reinado do Império? Para tanto, faço um levantamento através de estudo de 26 exemplares da Revista Ilustrada, analisando o material ali contido, além de dados sobre a sua circulação. O corpus documental será utilizado para entender e relacionar as charges com certas minúcias daquele tempo, respondendo às questões levantadas na investigação sobre a influência desse material como instrumento educacional não oficial e informal. A análise interpretativa será realizada a partir da teoria elisiana, sob a qual repousa a idéia de processo civilizacional. A teoria de Norbert Elias nos ajudará a entender a gradual perda de poder da configuração da monarquia, bem como sua relação com as configurações escravocratas e abolicionistas. Os resultados parciais já apontam para a grande presença de charges na imprensa que circulava na época. Entre os diversos desenhistas em vários estados do país, tem relevância Ângelo Agostini, cujo material circulava em São Paulo e na capital federal, o Rio de Janeiro. Agostini cumpria papel crítico à política e, em particular, à figura do Imperador. As charges podem ser consideradas como fonte a ser utilizada para um melhor entendimento do período em questão, bem como para o estudo da influência das mesmas sobre certa parte da configuração imperial. Nossa pesquisa objetiva tratar a educação como algo que não se encerra na relação cotidiana entre docentes e discentes, assim como evidenciar seu caráter transformador, no que concerne à capacidade de, gradativamente, exercer influência, através de fontes alternativas como charges, sobre a opinião daqueles que eram a parte outsider do sistema oficial de ensino e da configuração de maior poder do Império.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
DOUTRINA TRUMAN
Doutrina Truman é o nome dado a uma política externa implantada durante o governo Truman e direcionada ao bloco de países capitalistas no período pré-Guerra Fria. Tal doutrina tinha como objetivo impedir a expansão do socialismo, especialmente em nações capitalistas consideradas frágeis.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou destruída e enfraquecida política e economicamente, com isso emergiram duas potências mundiais, Estados Unidos e União Soviética, que representavam o capitalismo e o socialismo, respectivamente.
Ao sair da Guerra, a União Soviética aspirava ampliar a atuação do socialismo, a começar pelo leste europeu. Ao perceber a expansão do socialismo, liderada pelos soviéticos, o britânico Winston Churchill começou a motivar todos os capitalistas a criarem estratégias com intuito de conter tal avanço.
O governo norte-americano declarou apoio a essa iniciativa, o presidente Harry S. Truman, no dia 12 de março de 1947, proferiu diante do Congresso Nacional um agressivo discurso, afirmando que os países capitalistas deveriam se defender da ameaça socialista.
A partir dessa declaração se consolidou a Doutrina Truman, e, para alguns estudiosos, começou a Guerra Fria, espalhando pelo mundo uma rivalidade entre capitalistas e socialistas.
Uma das primeiras iniciativas norte-americanas foi de oferecer ajuda financeira para a reconstrução da Europa (por meio do plano Marshall), temendo que esse apoio pudesse vir dos soviéticos, o que significaria a implantação do socialismo na Europa Ocidental. O presidente norte-americano ofereceu empréstimos para Grécia e Turquia, desde que implantassem políticas a favor das nações ocidentais, ou seja, do capitalismo.
O QUE É O DESTINO MANIFESTO
A conquista da independência alcançada pelos Estados Unidos promoveu um notável processo de crescimento econômico e populacional. Mais do que isso, a vitória contra os antigos laços coloniais foi apenas o primeiro passo para que outras conquistas viessem a ser logo empreendidas por essa mesma população. Nesse contexto, observamos o expressivo alargamento das fronteiras da nação norte-americana rumo ao norte e ao sul de um imenso espaço inexplorado.
A primeira das conquistas estabelecidas pelos Estados Unidos aconteceu em 1803, quando o governo negociou a compra da Louisiana junto aos franceses. Pouco tempo depois, no ano de 1819, o governo conseguiu adquirir a Flórida anteriormente controlada pelos espanhóis. Essa mesma política de compra territorial também aconteceu no Alasca – comprado dos russos em 1867, e na conquista do Oregon – região que anteriormente pertencia aos domínios do Império Britânico.
No caso de conquista da região do Texas, os Estados Unidos tiveram que empreender uma guerra contra o México. Desde as primeiras décadas do século XIX, colonos norte-americanos se instalavam de forma ilegal ou consentida nos territórios texanos empreendendo formas autônomas de organização de suas áreas de influência. Com o passar do tempo, o não reconhecimento da autoridade política mexicana incitou os colonos daquela área a travarem uma guerra contra os mexicanos.
A vitória contra os mexicanos aconteceu paralelamente ao processo de ocupação das terras a oeste. A busca e o controle dessas terras motivaram diversos colonos e imigrantes europeus a tentarem a sorte buscando um pedaço de terra onde poderiam alcançar uma vida mais próspera. É importante ressaltar que nessa corrida, um violento conflito contra as populações indígenas promoveu, décadas mais tarde, as famosas histórias que marcaram os filmes de faroeste.
Contudo, mesmo sendo marcada pela violência e pelas guerras, a expansão dos Estados Unidos até o extremo oeste recebeu uma significativa justificação ideológica, a doutrina do Destino Manifesto, que colocou os colonos norte-americanos como divinamente destinados a promover a conquista dessas novas terras. A ambição e o interesse econômico ganharam um arrebatador apelo religioso que legitimava os conflitos e massacres que marcaram esse episódio na história norte-americana.
Todas essas conquistas territoriais foram de fundamental importância para que os Estados Unidos acelerassem o seu processo de desenvolvimento agrícola e industrial. No setor agrário, o país conseguiu ampliar sua produção de trigo, milho e algodão. Além disso, a criação de ovinos, suínos e bovinos significou outra frente de fortalecimento da pecuária estadunidense. Na indústria, o crescimento dos mercados consumidores e o investimento em infra-estrutura dinamizaram a economia nacional.
Os ganhos alcançados por meio de tantas conquistas foram a prova fundamental que comprovava a doutrina do Destino Manifesto. Com isso, essa sociedade mobilizada em torno do objetivo de conquistar terras construiu uma auto-imagem de uma nação eleita por Deus para civilizar novas terras e prosperar economicamente. Dessa forma, estavam estabelecidas as condições e o sentimento que transformaram as antigas Treze Colônias em uma grande potência mundial.
VOTO E CIDADANIA
Somente nos períodos eleitorais os brasileiros são alertados, incentivados e enaltecidos sobre o exercício do voto. Esse patriotismo sazonal começa pela própria Justiça Eleitoral a convocar todos a votar. Faz referência ao exercício do voto limpo, alerta para não votar nulo nem em branco, o que representa a posição da Justiça Eleitoral e torna Bsua interferência tendenciosa.
Todo eleitor maior de 18 anos e com menos de 70 é obrigado a votar. Se não comparecer na votação paga multa ou justifica a ausência. Compete somente a ele avaliar se algum partido ou candidato é merecedor da sua confiança, do seu voto. Proporcionalmente, também é livre para anular ou votar em branco, já que ambos têm o mesmo efeito jurídico e são legalmente possíveis. Nem mesmo a Justiça Eleitoral esclarece que o valor da multa é de R$ 3,50 em média por turno e supre todos os efeitos do voto. Menos o de escolher alguém, como parece óbvio.
Apelos motivacionais vêm de todos os lados. Imprensa, partidos e candidatos fazem de tudo para levar o cidadão a mostrar sua "consciência política" para apertar uma tecla a favor de um concorrente. Passadas as eleições, ninguém lembra que a politização cobrada no período eleitoral deveria ser adquirida anteriormente.
Um cidadão comum não exerce atividade partidária. Nem ele procura nem os partidos se fazem presentes e nem uma palavra na mídia. Ninguém sabe de alguma coisa feita por um partido, além de apresentar candidatos aos cargos eletivos. Não sabem sequer onde ficam as sedes, muito menos as ideologias defendidas, considerando o conceito histórico, já que hoje impera o fisiologismo geral, camuflado por sinônimos como governabilidade, coligações e maior horário eleitoral na TV.
Mas a questão aqui é o exagero com que a maioria dos formadores de opinião restringe cidadania, politização e voto consciente apenas ao ato de votar. Não, definitivamente não! Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
José Afonso da Silva, o papa dos constitucionalistas, lidera uma corrente teórica de que o voto é facultativo, pois a obrigação se limita ao comparecimento às urnas, mas dentro dela a pessoa é livre para votar em quem preferir. Dispensa comentário, pois se a pessoa fosse obrigada a votar em alguém poderia ser qualquer outra coisa, menos uma eleição.
Nenhuma entidade fomenta a participação popular fora do período eleitoral. Nem a Ordem dos Advogados do Brasil nem a União Nacional dos estudantes e nenhuma igreja. Cada uma se defende sob o argumento de que tem outras atribuições.
Ao menos em momentos curtos essa participação poderia ser incentivada, despertada, cobrada. Por exemplo, em datas comemorativas como num da Independência do Brasil, desfile de Sete de Setembro; nos aniversários comemorativos da Proclamação da república, XV de Novembro, do Dia de Tiradentes, Dia do Trabalhador e da Mulher.
Os defensores da obrigatoriedade tomam como base um comparecimento maior às urnas, o que legitimaria um pouco mais os eleitos. Essa posição pode camuflar outros interesses. Mesmo cem por cento de comparecimento obrigatório não representa legitimidade.
Grande parte dos renomados e dos formadores de opinião defende a obrigatoriedade devido à despolitização do eleitor brasileiro. Ninguém cita uma única iniciativa para politizá-lo, até porque não existe mesmo. O Brasil caminha para ser o último a extinguir o voto obrigatório.
Em si, o voto obrigatório já é uma contradição numa democracia. Um eleitor que deixar apenas de votar no Brasil democrático, por não poder tirar passaporte, fica impossibilitado de entrar na autoritária Venezuela, onde o voto é facultativo e o comparecimento na última eleição foi maior do que nas obrigatórias eleições municipais brasileiras. Voto é só um dos elementos da cidadania e de democracia, e apenas se não for obrigatório.
EXPANSÃO TERRITORIAL AMERICANA NO SECULO XIX
Entende-se como a expansão territorial dos EUA aquele período que se estende praticamente durante todo o século XIX, onde o país aumenta de modo extraordinário as suas fronteiras, chegando ao fim do mesmo período com praticamente as dimensões continentais que hoje possui.
Inicialmente constituído por treze estados alinhados ao longo da costa leste da América do norte, a jovem nação constituía um pequeno país, estendendo-se do Maine à Flórida e horizontalmente entre a costa do Atlântico e o rio Mississipi. Esta pequena nação, porém, logo desenvolve uma filosofia em trono do expansionismo. Tal filosofia concentrava-se em torno da crença de que os habitantes das ex-colônias britânicas haviam sido escolhidos por Deus para exercer uma liderança mundial, sendo que nada nem ninguém poderia impedir este destino. E é assim que ficou conhecida esta filosofia, denominada Doutrina do Destino Manifesto, que serviu de impulso para que os norte-americanos saíssem de suas fronteiras, indo ocupar o vasto e quase inexplorado oeste.
A expansão territorial se deu basicamente de quatro formas:
1 - Compra de territórios - foi por este formato de expansão territorial que se deu os primeiros importantes avanços na linha fronteiriça norte-americana, com a compra da Luisiana à França de Napoleão Bonaparte em 1804 e a compra da Flórida em 1819 aos espanhóis. Importante lembrar que os 15 milhões de dólares gastos pelos EUA na compra do território denominado Luisiana à época fazia referência a uma faixa territorial muito maior que o atual estado da Luisiana, que se estendia do Golfo do México às fronteiras com o Canadá britânico.
2 - Diplomacia - é exemplo deste formato de expansão a anexação do Óregon aos ingleses, em 1846, a partir de compensações de natureza diversas pelo direito de soberania ao território.
3 - Guerra - nesta categoria, o México foi a maior vítima do expansionismo norte-americano, pois perdeu parte considerável de seu território original. Inicialmente, os colonos norte-americanos estabelecidos no Texas declararam a independência deste, logo depois aceitando sua incorporação aos Estados Unidos. Os conflitos iniciados com a ocupação de colonos dos EUA em várias partes de território pertencente ao México chegaria ao fim somente em 1845, através do tratado de Guadalupe-Hidalgo, que estabelecia a fronteira entre México e Texas, além de ceder aos norte-americanos as atuais Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e parte do Colorado por meio de uma indenização de 15 milhões de dólares.
4 - Guerra contra as nações indígenas - em sua marcha para o Oeste, expandindo o território dos EUA, era imprescindível aos colonos que "pacificassem" os povos indígenas estabelecidos ao longo de todos os novos territórios, ocupando suas terras efetivamente. Provavelmente foram os povos indígenas aqueles que mais perderam com a filosofia do Destino Manifesto, sendo muitos deles exterminados, outros depararam-se com uma quase-extinção, outros acabaram assimilados aos dominadores.
Os Estados Unidos continuariam sua expansão durante o século XX, mas agora adquirindo territórios ultramarinos, espécie de "neo-colônias", como por exemplo Cuba, Porto Rico, Filipinas, a Samoa Americana ou as ilhas Marianas.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
EUA no Século XIX
A primeira metade do século XIX na História dos EUA foi marcada pela conquista de territórios em direção ao Oceano Pacífico, conhecida como "a marcha para o Oeste". A população passou de 3.900.000 em 1790 para 7.200.000 em 1810, compondo uma sociedade essencialmente agrária, formada por granjas no Nordeste e grandes latifúndios exportadores no Sudeste.
Fatores da Expansão: Vários fatores são colocados para explicar essa expansão, vejamos a seguir. A imigração nesse período foi muito intensa, vinda principalmente da Alemanha, Irlanda e Inglaterra, sendo que os motivos para esse deslocamento está ligado a dificuldades financeiras pelas quais a população europeias passava, os camponeses eram expulsos da terra devido à concentração fundiária e os artesãos não conseguiam empregos devido à mecanização industrial nas cidades. No início do século XIX a população norte-americana passava a contar com cerca de sete milhões de habitantes. Esse crescimento demográfico e a pequena área do país contribuíram para que se pretendesse ocupar terras a Oeste, em razão da necessidade de aumentar a produção agrícola e a área destinada aos rebanhos.
A Economia dos EUA no Século XIX: A partir da segunda metade do século XIX a pecuária chegou a ocupar um quarto do território americano, em terras que se estendiam do Texas ao Canadá. A descoberta de ouro na Califórnia, em 1848, estimulou uma corrida em busca de "riqueza fácil", incentivando o deslocamento populacional. Além disso, a construção de ferrovias, iniciada em 1829, barateava o transporte. Em fins do século XIX a quantidade de quilômetros de linhas férreas nos Estados Unidos era maior que a soma de todos os países europeus. Em 1890, a ferrovia ligava a Costa do Atlântico ao Pacífico. a expansão para o Oeste foi justificada pela doutrina do "Destino Manifesto", que pregava serem os norte-americanos destinados por Deus a conquistar e ocupar os territórios situados entre o Atlântico e o Pacífico.
Em 1820, a expansão norte-americana ganha um conteúdo politizado com a Doutrina Monroe, que inicialmente colocou-se como defensora das recém-independentes nações latino-americanas ao pronunciar "a América para os americanos", mas conforme os interesses territoriais dos Estados Unidos foram ampliando-se em direção ao Oeste e ao Sul, a Doutrina seria mais bem definida pela frase "a América para os norte-americanos".
Leis sobre terras: Anterior à independência, os colonos americanos já cobiçavam terras a Oeste. Um dos motivos que levou ao início da luta contra os ingleses foi a Lei de Quebec - parte das Leis Intoleráveis, 1774 -, que proibia a ocupação de terras entre os Apaches e o Mississipi pelos colonos.
Após a independência foi elaborada, pela Convenção da Filadélfia, a Lei Noroeste (1787), que estabeleceu as bases para a ocupação das terras a Oeste e a integração dos novos territórios surgidos à União - ao definir que, quando a população atingisse 5.000 habitantes do sexo masculino em idade de votar, poderia organizar um Legislativo bicameral e passaria a ter o direito de um representante no Congresso, sem direito a voto; caso constituísse uma população livre de 60.000 habitantes, o território seria incorporado à União como Estado.
As grandes Companhias Loteadoras incorporaram essas terras e passaram a comercializá-las junto aos pioneiros por um preço bem reduzido (aproximadamente 2 dólares por hectare). Os pioneiros eram granjeiros, caçadores ou grandes latifundiários sulistas que estavam interessados em expandir a cultura algodoeira ou seu rebanho. A postura do governo norte-americano foi de incentivo à ocupação e, em 1862, o governo Lincoln concedia terras gratuitamente através do Homestead Act - 160 acres a todos aqueles que a cultivassem durante cinco anos.
Mecanismos de Conquista
a) Compra de Territórios
Pelo Tratado de Versalhes, 1783, firmado com a Inglaterra, o território dos Estados Unidos abrangia da Costa do Atlântico até o Mississipi.
No século XIX, essa realidade se altera consideravelmente.
Em direção ao Oeste aparece o território da Louisiana, colônia francesa, que Napoleão Bonaparte - devido às guerras na Europa e Antilhas, Haiti - negociou com os norte-americanos por 15 milhões de dólares (1803).
A Flórida foi comprada dos espanhóis, em 1819, por cinco milhões de dólares. A Rússia vendeu o Alasca aos Estados Unidos por sete milhões de dólares.
b) Diplomacia
A anexação de Óregon - Noroeste -, colônia inglesa, região que despertou pouco interesse até 1841, foi cedida aos americanos em 1846.
c) Guerra
O Sudoeste americano pertencia ao México. A conquista desse território ocorreu através da guerra.
Em 1821, os colonos americanos passaram a colonizar esse território com autorização do governo mexicano, que exigiu-lhes a lealdade e a adoção da religião católica por parte dos pioneiros.
A dificuldade encontrada pelo México na consolidação do Estado Nacional refletiu-se em conflitos internos e no estabelecimento de ditaduras, como a de Lópes de Sant'Anna. Esses fatos impediram um efetivo controle sobre essa região, outrora concedida. Dessa maneira, o Texas estava fadado a compor os Estados Unidos, o que ocorreu em 1845, quando os colonos norte-americanos ali estabelecidos declararam a independência do território em relação ao México e a sua incorporação aos Estados Unidos.
A guerra estendeu-se até 1848, quando foi assinado o Tratado de Guadalupe-Hidalgo, que estabelecia o Rio Grande como linha fronteiriça entre o México e o Texas, além da cessão da Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e parte do Colorado aos Estados Unidos, por 15 milhões de dólares.
Em 1853, foi completada a anexação de territórios do México com a incorporação de Gadsden. Metade do território mexicano havia sido perdida para os Estados Unidos. Lázaro Cárdenas, presidente mexicano (1934-1940), em relação ao imperialismo norte-americano comentou: "Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos".
d) A guerra de extermínio contra os indígenas
As maiores vítimas da marcha para o Oeste foram os indígenas. Estes encontravam-se em estágios de pouco desenvolvimento se comparados aos astecas, maias e incas, daí sua dificuldade para resistir ao domínio e força dos brancos europeus.
Os norte-americanos acreditavam que, além de serem os predestinados por Deus a ocuparem todo o território, deveriam cumprir a missão de civilizar outros povos. Nesse sentido, contribuíram decisivamente para o extermínio da cultura e da pessoa física do indígena.
As tribos do Sul, mais desenvolvidas, proporcionam uma resistência maior à ocupação do branco. No entanto, a única opção das tribos indígenas foi a ocupação de terras inférteis em direção ao Pacífico, até o seu extermínio.
De acordo com o "herói" americano, o general Armstrong Custer, considerado como o "grande matador de índios", "o único índio bom é um índio morto".
A política no processo de Expansão
Em 1789, foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, que governou o país durante dois quatriênios. Nesse período, dois grupos políticos disputavam o poder: o Partido Federalista e o Partido Republicano Democrático, liderados respectivamente por Alexander Hamilton e Thomas Jefferson, secretários do Tesouro e do Estado, ligados ao governo de George Washington.
O Partido Federalista defendia um governo com poder centralizado, representando os interesses dos grandes comerciantes, manufatureiros e financistas. O Partido Republicano Democrático defendia um governo descentralizado, ou seja, uma maior autonomia para os Estados, como também, uma maior participação popular nas eleições - eram simpáticos aos ideais da Revolução Francesa e representavam os interesses dos pequenos proprietários.
O governo de Andrew Jackson (1829-1837, na foto ao lado) foi marcado pela mudança de orientação política. Ligado ao recém-criado Partido Democrático, defendia os interesses dos grandes fazendeiros do Oeste e operários do Norte.
Durante sua gestão foram realizados expurgos de elementos que pertenciam a governos anteriores, processo que ficou conhecido como "sistema de despojos" (Spoil System).
Consequências da Expansão
A conquista de um vasto território criou condições para o grande desenvolvimento da economia norte-americana. Em 1912 conclui-se o processo de formação da União, com a incorporação do Arizona como Estado.
Foi acentuado o crescimento da agricultura, indústria, comércio, mineração e pecuária. A população cresceu para cerca de trinta milhões até 1860. Formaram sociedades diferenciadas dentro do país. a Norte e Leste, surgiu uma poderosa burguesia industrial e comercial, juntamente com um operariado fabril; ao Sul, predominavam os grandes aristocratas vinculados ao latifúndio, à monocultura, à exportação e à escravidão; na região Centro - Oeste, nasceu a sociedade a partir dos pioneiros, marcada pela base agrícola e pela pecuária.
No entanto, aumentou a rivalidade entre os interesses díspares de nortistas e sulistas, o que culminou mais tarde em uma guerra civil.
A Guerra de Secessão
A primeira metade do século XIX marca a primeira fase do processo de industrialização norte-americana. Ocorreu no Norte, sobretudo na região da Nova Inglaterra, sobre uma base vinda do Período Colonial.
Em meados do século, o Norte, ou mais precisamente, o Nordeste era o polo econômico vital da economia. Esse desenvolvimento foi favorecido por ocasião das Guerras Napoleônicas e pela Segunda Guerra de Independência (1812-14), já que as importações diminuíram e o mercado lnterno passou a consumir as manufaturas locais.
Essa incipiente indústria, por volta de 1810, beneficiou-se também de grande disponibilidade de ferro, carvão e energia hidráulica da Região Norte. O mesmo processo não atingiu a Região Sudeste, que permanecia com uma economia marcadamente colonial, cuja produção ainda se fazia no interior da grande propriedade monocultora, voltada para o mercado externo e baseada na exploração do trabalho escravo.
Enquanto no Norte-Nordeste formava-se uma sociedade tipicamente industrial, dominada por uma forte burguesia, no Sul-Sudeste, a sociedade permanecia como que inalterada desde o Período Colonial.
Nos Estados Unidos, na realidade, abrigavam-se duas nações distintas - o Norte-Nordeste e o Sul-Sudeste - e do antagonismo entre os interesses o país passará por uma guerra civil, a Guerra de Secessão.
Fatores da Guerra de Secessão
a) Desenvolvimento do Norte: O protecionismo alfandegário foi, certamente, fundamental para a eclosão da Guerra Civil Americana. Os Estados do Norte, em processo de industrialização, reivindicavam altas tarifas de importação como mecanismo de manutenção de seu desenvolvimento, pois não conseguiam competir com os preços dos produtos ingleses. O Sul, por outro lado, dependia economicamente do Norte, exportando para lá parte de sua produção algodoeira e importando manufatura. Para sua sobrevivência defendia a liberdade de comércio, preferindo importar as manufaturados inglesas, de melhor qualidade e mais baratas do que as produzidas pelos Estados do Norte.
Além desse fato, os industriais ingleses poderiam deixar de comprar sua produção, caso optassem por dar apoio às propostas protecionistas dos industriais do Norte.
b) O Problema do escravismo: O problema da manutenção do escravismo encontrou seu campo de discussão, no nível político no Congresso, que, ao sintetizar as disputas políticas pela salvaguarda de interesses econômicos nortistas e sulistas, se dividiu entre abolicionistas e escravistas. Com o processo de expansão para o Oeste e a incorporação de novos Estados à União, as disputas acirraram-se em torno da questão abolicionista.
Ao Sul interessava que fosse livre a adoção do escravismo - assim o preço do escravo manter-se-ia elevado. O Norte defendia o abolicionismo em razão de pretender o crescimento do mercado consumidor e, ao mesmo tempo, obter mão-de-obra barata. Em 1820 o Missouri solicitou sua integração à União, gerando uma série de conflitos, pois a balança política passou a pender a favor dos sulistas.
Esses atritos levaram a se firmar o Acordo do Mississipi-Missouri, em 1820, que arbitrou a questão estabelecendo a incorporação do Missouri - Estado escravista - e a incorporação do Maine - Estado com mão-de-obra livre. O ponto de referência seria o paralelo 36 30', separando o trabalho livre (Norte) e o trabalho escravo (Sul). A incorporação da Califórnia, em 1849, como Estado livre, não obstante estar abaixo do paralelo 36 40', contribuiu para acirrar a polêmica, pois pelo Compromisso do Mississipi-Missouri, a Califórnia deveria ser escravista.
Um novo acordo foi firmado em 1850, o Compromisso Clay, definindo que caberia a cada Estado decidir sobre a continuidade ou não do escravismo. Em 1860, o Norte lança a candidatura de Abrahan Lincoln para a presidência. Lincoln, em relação ao escravismo tinha posições moderadas. Considerava que manter a União era mais importante do que a questão social dos negros. Depois de eleito chegou a pronunciar-se sobre a questão nos se guintes termos: "se pudesse salvar a União sem libertar nenhum escravo, eu o faria. Se pudesse salvar a União libertando os escravos,eu o faria".
A Questão Política: Desde a independência norte-americana coube aos grandes proprietários rurais sulistas e à burguesia nortista, através do Partido Democrata, o controle da vida política nacional. Em 1854, foi criado no Norte, o Partido Republicano, que continha em seu programa a intenção de lutar a favor do abolicionismo e manter a União, propostas que atraíram muitos políticos do Partido Democrata.
As eleições presidenciais de 1860, extremamente tensas, encontraram o Partido Democrata dividido em torno de dois candidatos, John Breckinridge e Stephen Douglas. O Partido Republicano uniu-se em torno da candidatura de Lincoln. O Partido da União Constitucional lançou um quarto candidato, John Bell. Lincoln vence o pleito e esse fato desencadeia a secessão.
A Eclosão da Guerra: Logo após a eleição de Lincoln, e não esperando a posse do presidente, a Carolina do Sul resolveu separar-se da União, arrastando consigo mais seis Estados. Formaram os Estados Confederados da América, sob a presidência de Jefferson Davis em 8 de fevereiro de 1861, com capital em Richmond, Virgínia.
As hostilidades começaram com o ataque da artilharia confederada, no dia 12 de abril de 1861, ao Forte Sumter, uma guarnição federal. Inicialmente as vitórias pertenceram aos sulistas. Mas, a correlação de forças foi tornando-se extremamente desigual à medida que se desenrolavam as batalhas. O Norte contava com o apoio de 25 Estados, uma população de cerca de 22 milhões de habitantes, uma economia industrial diversificada e uma marinha de guerra. O Sul obteve o apoio de 11 Estados, uma população de 9 milhões de habitantes, dos quais 4 milhões eram escravos, uma economia de base agrária o que o fez dependente de recursos exteriores para o desenvolvimento da guerra.
Durante os confrontos, Lincoln, para fortalecer os Estados Nortistas, extinguiu a escravidão e promulgou o Homestead Act, l862, - garantindo o apoio dos granjeiros e pioneiros interessados nas terras a Oeste. Ex-escravos, colonos e operários se incorporaram ao Exército da União, o que começou a reverter a guerra em favor do Norte, que passou a impedir a chegada de produtos europeus ao Sul, através de um bloqueio naval. Em 6 de abril de 1865, o general Lee, comandante das tropas sulistas, pede os termos de rendição.
As consequências da Guerra de Secessão: A vitória do Norte sobre o Sul decidiu definitivamente a questão da unidade nacional pelo fortalecimento da União. A sociedade urbana e industrial do Norte prevaleceu sobre a federação arrasando a sociedade agrária e aristocrática do Sul.
A grande propriedade cedeu lugar às pequenas e médias. O escravismo foi suprimido, mas não encaminhou para uma solução da "questão negra"; apesar do direito de voto concedido, os negros continuaram marginalizados. Intensificaram-se as atitudes racistas com o surgimento de sociedades como a Ku-Klux-Klan, nascida em 1867.
Os mortos somaram 600.000. Em 14 de abril de 1865, Lincoln foi assassinado por John Wilkes Booth, um fanático do Sul.
Os Estados Unidos começavam a despontar como potência dentro da América.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Significado de Socialismo
Socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres.
Noël Babeuf foi o primeiro pensador que apresentou propostas socialistas sem fundamentação teológica e utópica como alternativa política.
Karl Marx, um dos principais filósofos do movimento, afirmava que o socialismo seria alcançado a partir de uma reforma social, com luta de classes e revolução do proletariado, pois no sistema socialista não deveria haver classes sociais nem propriedade privada.
Todos os bens e propriedades particulares seriam de todas as pessoas e haveria repartição do trabalho comum e dos objetos de consumo, eliminando as diferenças econômicas entre os indivíduos.
O sistema socialista é oposto ao capitalismo, cujo sistema se baseia na propriedade privada dos meios de produção e no mercado liberal, concentrando a riqueza em poucos.
A origem do socialismo tem raízes intelectuais e surgiu como resposta aos movimentos políticos da classe trabalhadora e às críticas aos efeitos da Revolução Industrial (capitalismo industrial). Na teoria marxista, o socialismo representava a fase intermediária entre o fim do capitalismo e a implantação do comunismo.
O socialismo sugeria uma reforma gradual da sociedade capitalista, demarcando-se do comunismo, que era mais radical e defendia o fim do sistema capitalista e queda da burguesia através de uma revolução armada.
O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento criada por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma branda e gradativa.
O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado. Os primeiros socialistas, que foram os utópicos, tinham em mente a construção de uma sociedade ideal, através de meios pacíficos e da boa vontade da burguesia.
Karl Marx se distanciou do conceito de socialismo utópico, visto que de acordo com essa corrente a fórmula para alcançar a igualdade na sociedade não era discutida. O oposto do socialismo utópico é o socialismo científico, que criticava o utópico porque este não tinha em conta as raízes do capitalismo. Karl Marx classificava os métodos dos utópicos de "burgueses", porque eles se baseavam na transformação súbita na consciência dos indivíduos das classes dominantes, acreditando que só assim se alcançaria o objetivo do socialismo.
O socialismo científico, criado por Karl Marx e Friedrich Engels, era um sistema ou teoria que tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo.
O socialismo científico, também conhecido como marxismo, se opunha ao socialismo utópico, porque não tinha a intenção de criar uma sociedade ideal. Tinha sim o propósito de entender o capitalismo e suas origens, o acumular prévio de capital, a consolidação da produção capitalista e as contradições existentes no capitalismo. Os marxistas anunciaram que o capitalismo eventualmente seria ultrapassado e chegaria ao fim.
O socialismo marxista tinha como fundamento teórico a luta de classes, a revolução proletária, o materialismo dialético e histórico, a teoria da evolução socialista e a doutrina da mais-valia. Ao contrário do socialismo utópico e sua pacificidade, o socialismo científico previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada.
De acordo com o marxismo, uma sociedade baseada no capitalismo era dividida em duas classes sociais: os exploradores (donos dos meios de produção, das fábricas, das terras), pertencentes à burguesia, ou seja, os burgueses; e os explorados (aqueles que não tinham posses e tinha que se sujeitar aos outros). Esse duelo entre as classes, é aquilo que transforma e propele a história.
Socialismo real é uma expressão que designa os países socialistas que preconizam a titularidade pública dos meios de produção.
No século XX, as ideias socialistas foram adotadas por alguns países, como: União Soviética (atual Rússia), China, Cuba e Alemanha Oriental. Porém, em alguns casos, revelou-se um sistema comunista constituído por regimes autoritários e extremamente violentos. Esse socialismo é também conhecido como socialismo real - um socialismo colocado em prática, que causou uma deturpação semântica do "socialismo", levando assim a esses regimes que demonstraram desrespeito pela vida humana.
A TEORIA DO MAIS VALIA
No século XIX, o desenvolvimento da economia capitalista foi capaz de determinar uma curiosa situação. Mesmo produzindo riquezas em um patamar astronômico, o capitalismo ainda estava cercado por desigualdades que indicavam a diferença social e econômica das classes burguesa e operária. Com isso, observamos que muitos intelectuais responderam a essa contradição com explicações ou propostas que resolveriam tal discrepância.
Entre esses intelectuais, o filósofo alemão Karl Marx apontou que esse abismo socioeconômico poderia ser explicado pela teoria da mais-valia. Segundo esse pensador, a miséria se perpetuava no mundo capitalista mediante os baixos salários oferecidos aos operários como um todo. Mais do que uma simples opção, o baixo salário era parte integrante dos instrumentos que garantiam os lucros almejados pela empresa.
Sendo assim, Marx indicou que o salário destinado a um trabalhador poderia ser pago com as riquezas que ele produz, por exemplo, ao longo de dez dias de um mês. Contudo, segundo o contrato de trabalho, o operário seria obrigado a cumprir os demais vinte dias restantes para receber o seu salário de forma integral. Dessa forma, o dono da empresa pagaria o valor equivalente a dez dias trabalhados e receberia gratuitamente a riqueza produzida nos vinte dias restantes.
Essa modalidade de “mais-valia” era reconhecida pelo pensamento econômico marxista como a “mais-valia absoluta”. Paralelo a esse tipo de exploração, ocorria a “mais-valia relativa”, instalada pelo processo de modernização tecnológico do ambiente fabril. Nesse caso, o trabalhador adequava o exercício de suas funções ao uso de um novo maquinário capaz de produzir mais riquezas em um período de tempo cada vez menor.
Nesse caso, o trabalhador recebia o mesmo salário para desempenhar uma função análoga ou, em alguns casos, ainda mais simples. Graças à nova máquina ou técnica de produção utilizada, o dono da empresa necessitava de um número de dias ainda menor para cobrir o custo com o salário do trabalhador. Assim, ficava sendo necessários, por exemplo, apenas cinco dias trabalhados para que ele pudesse pagar pelo mesmo salário mensal que devia ao seu empregado.
A exposição dessa teoria foi um dos meios pelos quais Karl Marx provou que as relações de trabalho no mundo capitalista tinham caráter exploratório. Dessa forma, ele condensava mais um argumento favorável à oposição de interesses existentes na relação entre burguesia e proletariado. Além disso, essa mesma tese serviu de base para que vários operários lutassem pela obtenção de melhores salários e condições mais dignas de trabalho.
Associação Internacional dos Trabalhadores
Em 28 de Setembro de 1864 teve lugar uma grande reunião pública internacional de operários no St. Martin's Hall de Londres; nela foi fundada a Associação Internacional dos Trabalhadores (mais tarde conhecida como Primeira Internacional) e eleito um Comité provisório, que contava Karl Marx entre os seus membros. Marx foi depois eleito para a comissão designada a 5 de Outubro, na primeira sessão do Comité, para redigir os documentos programáticos da Associação. A 20 de Outubro a comissão encarregou Marx de rever o documento por ela preparado durante a doença de Marx e redigido no espírito das ideias de Mazzini e Owen. Em lugar desse documento, Marx escreveu de facto dois textos inteiramente novos — a "Mensagem Inaugural da Associação Internacional dos Trabalhadores" e os Estatutos Provisórios da Associação —, que foram aprovados na sessão da comissão de 27 de Outubro. Em 1 de Novembro de 1864 a Mensagem e os Estatutos foram ratificados por unanimidade pelo Comité provisório, que se constituiu em órgão dirigente da Associação. Este órgão, que entrou na história como Conselho Geral da Internacional, foi predominantemente denominado Conselho Central até finais de 1866. Karl Marx foi de facto o dirigente do Conselho Geral. Foi o seu verdadeiro organizador, o seu cnefe, o autor de numerosas mensagens, declarações, resoluções e outros documentos do Conselho. Na Mensagem Inaugural, primeiro documento programático, Marx conduz as massas operárias à ideia da necessidade de tomar o poder político, de fundar um Partido proletário independente e de assegurar a união fraterna entre os operários dos diferentes países. Publicada pela primeira vez em 1864, a Mensagem Inaugural foi muitas vezes reeditada ao longo de toda a história da Primeira Internacional, que deixou de existir em 1876.
A Segunda Internacional (Internacional Operária e Socialista): nasceu em 1889 como sucessora da Primeira Internacional. Era uma associação livre de partidos socialdemocratas e trabalhistas, integrada tanto por elementos revolucionários quanto reformistas. Seu caráter progressista chegou ao fim em 1914, quando suas seções mais importantes violaram os princípios mais elementares do socialismo ao apoiar seus governos imperialistas na Primeira Guerra Mundial. Se desintegrou durante a guerra, porém ressurgiu como organização totalmente reformista em 1923.
Segunda e meia Internacional é como foi chamada a união internacional de partidos socialistas constituída em Viena em fevereiro de 1921, por uma série de partidos (entre os quais os mencheviques russos) saídos temporariamente da II Internacional no período do ascenso revolucionário. Essa união era dirigida por F. Adler, O. Bauer, L. Martov e outros. O objetivo da segunda e meia Internacional era contrabalançar a influência cada vez maior da Internacional Comunista entre as massas operárias, que se haviam afastado da desprestigiada II Internacional. Em 1923 a Internacional segunda e meia voltou a unir-se à II Internacional.
Do russo Коммунистичекий Интернационал (Kommunisticheskiy Internatsional) abreviação de Internacional Comunista ou III Internacional, reunião internacional dos Partidos Comunistas de diversos países, que funcionou de 1919 até 1943. A Internacional Comunista foi sucessora e continuadora da Primeira Internacional e herdeira das melhores tradições da Segunda Internacional. A fundação da Internacional Comunista significou a criação de um Estado Maior político-ideológico do movimento revolucionário do proletariado. Lênin foi o organizador e inspirador da Internacional Comunista, que defendeu o marxismo revolucionário frente às deformações oportunistas e revisionistas de direita e de "esquerda". A Internacional Comunista buscou a formação de quadros dirigentes dos Partidos Comunistas e a sua transformação em partidos revolucionários de massa, partidos de novo tipo.
A Internacional Comunista foi dissolvida em 1943 como um gesto de conciliação de Stalin para com a Forças Aliadas (Estados Unidos, Inglaterra).
domingo, 3 de novembro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
A REVOLTA DOS MALÊS II
A Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu na cidade de Salvador (província da Bahia) entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835. Os principais personagens desta revolta foram os negros islâmicos que exerciam atividades livres, conhecidos como negros de ganho (alfaiates, pequenos comerciantes, artesãos e carpinteiros). Apesar de livres, sofriam muita discriminação por serem negros e seguidores do islamismo. Em função destas condições, encontravam muitas dificuldades para ascender socialmente.
Causas e objetivos da revolta
Os revoltosos, cerca de 1500, estavam muito insatisfeitos com a escravidão africana, a imposição do catolicismo e com a preconceito contra os negros. Portanto, tinham como objetivo principal à libertação dos escravos. Queriam também acabar com o catolicismo (religião imposta aos africanos desde o momento em que chegavam ao Brasil), o confisco dos bens dos brancos e mulatos e a implantação de uma república islâmica.
Desenvolvimento da revolta
De acordo com o plano, os revoltosos sairiam do bairro de Vitória (Salvador) e se reuniriam com outros malês vindos de outras regiões da cidade. Invadiriam os engenhos de açúcar e libertariam os escravos. Arrecadaram dinheiro e compraram armas para os combates. O plano do movimento foi todo escrito em árabe.
Fim da revolta
Uma mulher contou o plano da revolta para um Juiz de Paz de Salvador. Os soldados das forças oficiais conseguiram reprimir a revolta. Bem preparados e armados, os soldados cercaram os revoltosos na região da Água dos Meninos. Violentos combates aconteceram. No conflito morreram sete soldados e setenta revoltosos. Cerca de 200 integrantes da revolta foram presos pelas forças oficiais. Todos foram julgados pelos tribunais. Os líderes foram condenados a pena de morte. Os outros revoltosos foram condenados a trabalhos forçados, açoites e degredo (enviados para a África).
O governo local, para evitar outras revoltas do tipo, decretou leis proibindo a circulação de muçulmanos no período da noite bem como a prática de suas cerimônias religiosas.
Curiosidade:
- O termo “malê” é de origem africana (ioruba) e significa “o muçulmano”.
A REVOLTA DOS MALÊS
A revolta dos Malês pode ser compreendida como um conflito que deflagrou oposição contra duas práticas comuns herdadas do sistema colonial português: a escravidão e a intolerância religiosa. Comandada por negros de orientação religiosa islâmica, conhecidos como malês, essa revolta ainda foi resultado do desmando político e da miséria econômica do período regencial.
Com o deslocamento do eixo econômico-admininstrativo do Brasil para a região sudeste e as constantes crises da economia açucareira, a sociedade baiana do período tornou-se um sinônimo de atraso econômico e desigualdade socioeconômica. Além desses fatores, devemos também destacar que as prescrições religiosas incentivadas pelas autoridades locais promoveram a mobilização desse grupo étnico-religioso específico.
Anos antes da revolta, as autoridades policiais tinham proibido qualquer tipo de manifestação religiosa em Salvador. Logo depois, a mesquita da “Vitória” – reduto dos negros muçulmanos – foi destruída e dois importantes chefes religiosos da região foram presos pelas autoridades. Dessa maneira, os malês começaram a arquitetar um motim programado para o dia 25 de janeiro de 1835.
Nesta data, uma festa religiosa na cidade Bonfim esvaziaria as ruas de Salvador dando melhores condições para a deflagração do movimento. Naquela mesma data, conforme a tradição local, os escravos ficariam livres da vigilância de seus senhores. Entre os ideais defendidos pelos maleses, damos destaque à questão da abolição da escravatura e o processo de africanização de Salvador por meio do extermínio de brancos e mulatos.
Mesmo prevendo todos os passos da rebelião, o movimento não conseguiu se instaurar conforme o planejado. A delação feita por dois negros libertos acionou um conflito entre as tropas imperiais e os negros malês. Sem contar com as mesmas condições das forças repressoras do Império, o movimento foi controlado e seus envolvidos punidos de forma diversa. Apesar de não alcançar o triunfo esperado, a Revolta dos Malês abalou as elites baianas mediante a possibilidade de uma revolta geral dos escravos.
Como se dar bem na prova do ENEM?
Algumas dicas para estudantes do Ensino Médio.
1. Ler com atenção todos os textos da prova.
O ato de ler envolve não apenas a decodificação da mensagem, mas também a interação com o texto, produzindo sentidos durante a leitura. Muitas vezes, todos os elementos necessários para encontrar a resposta certa de um exercício estão ali mesmo no enunciado. Uma leitura atenta do que pede a questão é o início para encontrar a resposta. Portanto, leia o enunciado até o final e evite a impulsividade de assinalar um item qualquer só por achar que está correto. Preste atenção ao que está sendo pedido e não ao que você deduziu a partir de uma leitura incompleta e rápida.
2. Interpretar os textos.
Você é capaz de interpretar textos. Para isso, precisa retirar deles o maior rendimento possível. Não faça leitura superficial e rápida. Não uma fórmula mágica para interpretar os textos lidos, mas procure prestar atenção nos detalhes apresentados em todos os textos que compõe a prova e relacione-os. Seja capaz de ler gráficos, imagens, mapas e tabelas, além dos textos que utilizam a linguagem verbal escrita. Redobre a atenção a esses textos que ilustram o texto principal.
3. Leia os títulos de cada texto e compreenda as informações contidas nos gráficos, imagens, tabelas.
No caso de gráficos, fique atento aos valores extremos nos picos, tanto para cima quanto para baixo. Em tabelas e mapas, relacione os dados apresentados e compare os valores; leia datas e legendas que podem conter dicas importantes sobre o assunto. Lembre-se de que estes textos são usados para ajudar a entender o assunto principal do texto em análise e ilustram informações necessárias à interpretação.
4. Se os textos forem extensos, preste atenção na maneira em que irá lê-los.
Primeiro reconheça o assunto geral, as referências contidas e o contexto. Perceba a linguagem utilizada e como as partes se articulam. Identifique as ideias básicas de cada trecho e os conceitos que definem a opinião do autor. Procure, também, retirar dados implícitos e explícitos do texto. Estabeleça relações entre o texto e seus aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais. Reflita, também, sobre as abordagens do texto, sua narrativa e identifique como as partes se relacionam. Isto tudo exige uma leitura atenta!
5. Estabeleça com o texto lido um diálogo.
Neste ponto, é necessário que você coloque seus conhecimentos à prova. É necessário que esteja atualizado, que saiba sobre o que acontece no seu país e no mundo e como todos estes fatos influenciam em sua vida diária ou na vida dos seres humanos. Posicione-se criticamente diante dos fatos. Seja capaz de criticar com bons argumentos. Para tê-los, no entanto, é preciso saber sobre o assunto discutido. Procure informar-se: leia jornais, revistas, pesquise em sites e ouça o que outros dizem a respeito dos fatos vinculados na mídia. Conecte-se com o mundo. Leia! Leia tudo e de tudo. Quanto mais você ler, mais preparado estará para refletir sobre as informações que está recebendo.
6. Ao ler um texto, elabore respostas a três questões básicas:
Qual é a questão tratada neste texto? Qual é a posição do autor sobre este assunto? Quais argumentos o autor utiliza para fundamentar a posição dele sobre o assunto tratado?
7. Para entender o texto, leia-o mais de uma vez e quantas vezes achar necessário! Lembre-se de que sua leitura é com a finalidade de analisar o texto a fim de interpretá-lo. Primeiro preste atenção no assunto principal, depois se atente às partes. Saiba de antemão o que está sendo perguntado ou pedido no enunciado da questão para encontrar a resposta no texto.
Estratégias para ler textos:
1. Leia atentamente o enunciado antes de começar a responder a questão, especialmente em perguntas exatas. Não se precipite para não cometer erros por falta de atenção.
2. Grife ou circule os elementos mais importantes da pergunta e que podem ajudar a resposta, como dados, informações, referências a épocas ou autores.
3. Leia as alternativas de resposta relacionando-as com os itens que você destacou no enunciado para descartar aquelas que já forem evidentemente erradas.
4. Relacione os dados do enunciado com as informações contidas em mapas, gráficos e tabelas para ajudar na leitura das informações transmitidas por esses recursos.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
PERÍODO REGENCIAL PARTE I
O Brasil no decorrer de sua história passou por vários períodos com destaques positivos e negativos. No período regencial que vai de 1831 a 1840 alguns aspectos marcaram e fizeram registro na história brasileira. As revoltas populares no império simbolizaram a compreensão pelas camadas mais pobres da população de que a elite dominante as manipulava em benefício próprio. O império brasileiro vai de 1822 a 1888. O Período Regencial começou com a abdicação de D. Pedro no dia 7 do mês de abril do ano de 1831. A violência foi o ponto forte do período, destacando-se os conflitos políticos e sociais. Os povos em sua maioria já cansados pela miséria, pelo sofrimento e a fome se armaram e partiram para a luta armada, reivindicando melhores condições de vida.
A violência também incidia sobre as camadas mais aquinhoadas que disputava o velho poder político, exigindo do governo central melhor condição de vida para as províncias, bem como maior autonomia entre elas. Os partidos políticos não se uniam e a confusão era geral e a luta entre eles era inevitável, a supremacia era o azimute magnético para os partidos políticos no Rio de Janeiro. Considerados movimentos revolucionários todos eles criaram sérios problemas para a população do país naquela época, no Pará, no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Maranhão. O ponto forte destes movimentos revolucionários era exclusivamente o latifúndio, isto é a disputa pela dominação das terras produtivas. Esses movimentos tinham um vetor condenável, pois depois da conquista a maioria dos sobreviventes não ficaria com nada e os que já conheciam estas artimanhas passavam a lutar sozinhos.
A Cabanagem no Grão Pará se iniciou em 1835 durando cinco anos, tinha como participantes os menos aquinhoados conhecidos como cabanos. Os cabanos eram usados na exploração do cacau, cravo, baunilha, plantas medicinais e pimenta. Os cabanos eram liderados pelas elites e com o passar do tempo resolveram lutar pelos seus próprios direitos, pois já estavam exaustos da escravidão, da miséria, da fome, da luta pelo latifúndio e dos abusos das autoridades. Rebelaram-se e os rebeldes em 1835 resolveram invadir Belém, capital da província do Grão Pará. É bom frisar que o Conselho Ultramarino português, órgão regulamentado em julho de 1642 para tratar de todas as matérias e negócios de qualquer qualidade que fossem relativos à Índia; Brasil; Guiné; ilhas de São Tomé e Cabo Verde e demais partes ultramarinas, havia autorizado os habitantes da capitania brasileira do Grão-Pará, em 1752, a organizar uma companhia para o tráfico de africanos. O governador e capitão-mor daquela capitania, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1700-1769), irmão de José Sebastião de Carvalho e Melo o marquês de Pombal (1699-1782), tentou reunir os fundos necessários à realização do projeto, mas como o dinheiro arrecadado não alcançou montante suficiente, uma delegação de moradores da localidade decidiu então ir a Portugal para tentar convencer capitalistas portugueses a participarem da sociedade.
O governador foi expulso e Clemente Málcher um líder cabano assumiu o poder. No decorrer da refrega foi preso e executado, assim Francisco Vinagre tomou conta das ações. Vieram tropas do Rio de Janeiro e derrotaram Vinagre e o comando foi assumido por Eduardo Angelim, era o terceiro governo cabano. Outros cabanos e o próprio Angelim não conseguiram apaziguar a situação, apesar de decorridos dez anos. Muitos cabanos foram para o interior reorganizar a massa rural, felizmente em 1840 a província conseguiu a pacificação, mas a desgraça dos pacificadores deixou um saldo triste de 40 mil cabanos mortos numa população que chegava aproximadamente aos 100 mil habitantes. É a dominação à custa da violência e da morte e no frigir dos ovos os menos favorecidos são os mais sofredores. Convém salientar que, em 1621 o território brasileiro foi dividido em dois Estados autônomos: o do Maranhão, ao norte, com capital em São Luís, abrangendo as capitanias do Pará, Maranhão e também a do Ceará, e o do Brasil ao sul, com capital em Salvador, integrado por todas as demais capitanias. É de bom alvitre citar que trabalhos desta magnitude merecem pesquisas e não poderíamos deixar de citar o site: http://www.infoescola.com/historia/
A Balaiada ocorrida no Maranhão nos idos de 1838 a 1841 também teve influência da crise social e econômica do Período Regencial. Camponeses, vaqueiros e escravos era a população predominante no Maranhão que se dispersava por toda a província praticando a conhecida economia de subsistência. Os escravos formavam os quilombos para atacar os latifúndios. A escravidão, bem como a crise na exportação do algodão sofria a influência Norte Americana. As agitações populares faziam o tom da vida na província. A liderança do vaqueiro Raimundo Gomes do fabricante de balaios de onde se originou o nome da revolta, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira e do negro Cosme chefe de um dos quilombos com mais de três mil integrantes foram responsáveis por várias agitações populares.
Alguns políticos tentaram se aproveitar da situação criada, mas em 1839, em Caxias a segunda cidade mais importante foi conquistada pelos balaios, as elites foram ao pânico e o governo geral comandada pelo coronel Luis Alves e Silva enviou tropas ao Maranhão e conseguiram derrotar os rebeldes. Luis Alves e Silva - seria depois o Duque de Caxias. No final da história em 1841, com farto armamento e um grupo de oito mil homens, Luis Alves obteve sucesso na contenção dos revoltosos e, por isso, recebeu o título de Conde de Caxias. Todos os negros fugidos acusados de envolvimento na revolta foram reescravizados. Manoel Francisco Gomes foi abatido durante o movimento de retaliação da revolta. Já o vaqueiro Raimundo Gomes foi expulso do Maranhão e, durante sua deportação para São Paulo, faleceu em uma embarcação. O líder dos escravos, Cosme Bento, foi preso e condenado à forca em 1842.
A Guerra dos Farrapos ocorreu no período de 1835 a 1845 ficou conhecida também pelo nome de Revolução Farroupilha, o de mais longa duração. As camadas pobres gaúchas eram chamadas de esfarrapados. As autoridades da época esqueciam os problemas locais e procuravam negociar com outros países como Uruguai e Argentina. A criação de gado era o forte sendo a produção do charque conhecida também como carne seca. Os criadores de gado eram obrigados a pagar impostos como se a carne fosse de origem estrangeira, a revolta surgiu em 1835 com a conquista de Porto Alegre pelos gaúchos tendo a frente - Bento Gonçalves. No ano seguinte os rebeldes proclamaram a República Rio-Grandense, também conhecido como Piratini. Com Bento Gonçalves preso em enviado a Salvador os rebeldes sob o comando de Davi Canabarro apoiado por Giusepe Garibaldi, o italiano, conquistaram Santa Catarina em 1839 proclamando uma nova república que se chamou República Juliana. Bento Gonçalves era solto pelos rebeldes da Sabinada. Em 1842 começou o processo de pacificação, mas é bom frisar que a Guerra dos Farrapos ocorreu no Rio Grande do Sul na época em que o Brasil era governado pelo Regente Feijó (Período Regencial). Esta rebelião, gerada pelo descontentamento político, durou por uma década (de 1835 a 1845). O estopim para esta rebelião foi às grandes diferenças de ideais entre dois partidos: um que apoiava os republicanos (os Liberais Exaltados) e outro que dava apoio aos conservadores (os Legalistas). Em 1835 os rebeldes Liberais, liderados por Bento Gonçalves da Silva, apossaram-se de Porto Alegre, fazendo com que as forças imperiais fossem obrigadas a deixarem a região.
Após terem seu líder Bento Gonçalves capturado e preso, durante um confronto ocorrido na ilha de Fanfa ( no rio Jacuí), os Liberais não se deixaram abater e sob nova liderança (de António Neto) obtiveram outras vitórias. Em novembro de 1836, os revolucionários proclamaram a República em Piratini e Bento Gonçalves, ainda preso, foi nomeado presidente. Somente em1837, após fugir da prisão, é que Bento Gonçalves finalmente assume a presidência da República de Piratini. Mesmo com as forças do exército da regência, os farroupilhas liderados por Davi Gonçalves, conquistaram a vila de Laguna, em Santa Catarina, proclamando, desta forma, a República Catarinense. Entretanto, no ano de 1842, o governo nomeou Luiz Alves de Lima e Silva para comandar as tropas que deveriam os farroupilhas. Apos três anos de batalha e várias derrotas, os "Farrapos" tiveram que aceitar a paz proposta por Duque de Caxias. Com isso, em 1845, a rebelião foi finalizada.(http://www.historiadobrasil.net/farrapos/).
A Sabinada ocorreu na Bahia entre 1837 e 1838 tendo sido a mais curta de todas as revoluções Sociais, teve a liderança do médico Francisco Sabino da Rocha Vieira.
Diferentes das demais envolveu as camadas médias da Bahia, alguns militares apoiaram os rebeldes tomando o poder em Salvador e proclamandoa a República Bahiense cuja duração foi efêmera. As tropoás fiéis eram volumosoas e os rebeldes não oferceram reação e foram dominados. Houve muita crueldade, Salvador ardia em chamas e os soldados jogavam as vítimas dentro das casas incendiadas. O clima político na capital baiana ficou pior quando o Padre Feijó renunciou ao governo, e a apresentação da Lei de Interpretação do Ato Adicional. Tudo isso desagradou à classe média, representantes das oligarquias rurais e o setor militar. Eles então criaram uma república temporária, que iria governar a Bahia até que D. Pedro II alcançasse a maioridade (15 anos). Mas as ações dos grupos rebeldes foram poucas, conseguiram apenas conquistar alguns quartéis. Isso facilitou a repressão do governo, comandada pelo marechal-de-campo Crisóstomo Calado, que combateu severamente os desordeiros. Francisco Sabino foi exilado na província de Mato Grosso onde faleceu.
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